quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O RAPAZ E A ESTRELA

No reino do amor morava um jovem belo, de sorriso encantador. Todas as noites, o belo rapaz passava horas a fio contemplando as estrelas no firmamento. Acreditava o solitário mancebo na lenda que lhe contara, que a amada com quem sonhava e alimentava sua fantasia tinha se transformado em estrela e se juntara a outras para embelezar a noite. Olhava uma por uma, observando a intensidade do brilho, fixava sempre na mais bela. Com o violão em punho começa dedilhar canções de amor para a amada. Acreditava que Dalva (assim ele a chamava), de tanto ouvir seus poemas em forma de canção abandonaria a constelação e viria ser só dele mandando embora a solidão que a tanto lhe acompanhava.
Um dia o soberano daquele reino, decretou por influencia da rainha, que todos os sonhos de amor deveriam tornar-se realidade. Nenhum de seus súditos deveria ser escravo da solidão. A partir desse instante ficara decretado pelo rei, que cada um daqueles que tinham sonhos de amor não concretizado, deveriam escolher o dia e momento favorável para a celebração do encontro.
O jovem radiante de alegria escolheu um sábado de lua cheia, para ser testemunha do encontro que ficaria gravado para sempre em sua vida. Vestido a rigor para tal ocasião, tomando nos braços seu violão, companheiro de tantas noites de espera, com o olhar fixo na estrela mais bela recitou em forma de canção os mais lindos poemas de amor. De repente toda bela e radiante Dalva surge... Com sua beleza imponente, cabelos negros abaixo dos ombros, dentro de um vestido preto que coloca em evidencia a luminosidade de seu ser. O jovem amante, boquiaberto se curvou diante do encanto de sua amada; desejava que aquela noite não se findasse. Em um beijo longo e envolvente os dois se entregaram ao desejo do amor. Dalva e seu admirador esqueceram de suas diferenças. Ela por uma noite esqueceu que era estrela, que havia sido criada para habitar nas alturas, ele esqueceu que era aqui de baixo e que dotado de sentimentos, sua vocação era sonhar.
Mas no reino do amor à noite é como na vida real, ela chega ao fim quando surgi os primeiros raios de sol. Quando a noite findou Dalva se recolheu para as alturas e o jovem apaixonado despertou de seu sonho. Mas o amor deixou marcas profundas no coração do mancebo. E na face de Dalva notava-se um brilho mais intenso.
Hoje os dois estão separados, por que o soberano desse reino esqueceu de propósito perpetuar o sonho de amor através de decreto real. Dalva vive em seu mundo, rodeada por outras estrelas e cortejada por muitos cometas. Em contra partida o rapaz tenta voltar à rotina de sua vida, mesmo sabendo que depois desse encontro meteórico sua vida nunca mais seria a mesma.
Todas as noites de lua, o rapaz pega o violão, senta no banco de peroba que assistiu passivo a noite inesquecível de amor, olhando para o firmamento; canta a canção preferida de sua amada. Ela a Estrela Dalva, de veste prateada e brilho intenso no rosto, sorrir para o seu amado dizendo: - “No reino do amor não é proibido sonhar!”.
O Rapaz e a Estrela vão continuar encontrando-se em cada noite de lua, na voz de cada seresteiro, em todas frases de amor.


Vitório Evangelista Chaves.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

VOLTA PARA DEUS

Volta para Deus toda vez que a tempestade anunciar-se sombria no teu céu azul.
Volta para Deus toda vez que os fantasmas da ilusão assombrarem tua consciência.
Volta para Deus quando te sentires perdido,
sem saber qual caminho tomar.
Volta para Deus quando o choro invadir o
teu riso puro e inocente.
Volta para Deus quando atacares teu irmão, devolvendo-o à harmonia da criação.
Volta para Deus quando o vazio instalar-se
no teu preenchimento, na tua ânsia de viver.
Volta para Deus quando os dias não te derem
a luz do sol.
Volta para Deus quando as noites não te derem
o brilho das estrelas.
Volta para Deus quando te faltar o amor.
Volta para Deus quando a culpa corroer teu ser.
Volta para Deus, pois o Deus amoroso está em ti e é por ti por toda a eternidade,
protegendo-te momento a momento com suas mãos calorosas e sua luz mansa e amorosa.
Volta para Deus, pois em Deus está a cura para todos os teus males, a bênção para todas as tuas dores e o amor para todos as tuas carências.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A CAMINHADA

A estrada da vida tem seu ponto de chegada, a estratégia traçada por cada um de nós é o fator determinante para o sucesso ou fracasso.
“Os corredores correm todos, mas um só recebe o prêmio. Correi, pois, de modo a leva-lo” (1Cor 9,24).
Há os que caminham de maneira displicente, como o homem que caminhava de Jerusalém para Jericó (cf Lc 10,30). Não observa a margem, não olha adiante; por isso não se previne contra os bandidos que estão à espreita.
Bandidos do ateísmo, da indiferença em relação a Deus, da falta de esperança e da inércia espiritual. Essa quadrilha rouba a dignidade do caminhante, transforma seu sonho em ilusão e depois de o deixarem semimorto sepultam seus objetivos no pó da estrada.
Há caminheiros que são adeptos do estilo Bartimeu de caminhar. São abatidos pelo vírus da preocupação e as escamas do desânimo cobrem-lhe os olhos; não lhes restando alternativa, senão sentar-se à beira do caminho e entregar a vida nas mãos da incerteza.
O pelotão de elite na caminhada da vida é formado por aqueles que se esquecendo do caminho já percorrido, lança-se com ânsia para o que esta à frente, faz da meta o grande motivador. Os olhos não podem fixar-se no cansaço e nos obstáculos do caminho, mas devem estar fitos no prêmio que Deus nos reserva.
“Todos os atletas se impõem uma ascese rigorosa; eles por uma coroa perecível, mas nós por uma coroa imperecível. Eu, portanto, corro assim” (1Cor 9,25-26).

ACREDITANDO EM DEUS

Se podes alguma coisa? Tudo é possível àquele que Crer (Jesus)
Tudo depende da Sua fé, da sua fé centrada em Cristo Jesus.
Não te enganes ao acreditar que tudo que necessitas para viver em plena harmonia
reside em qualquer outro espaço que não dentro do Coração Misericordioso e amoroso do Senhor Jesus.
Creia no Senhor Jesus e submeta a Ele tua vontade de ser feliz,
Creia em sua palavra: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (JO 14,)
Confia no poder de Deus que está
a te guiar. Não estás só!
Você não está sozinho no curso da vida. Deus não te abandona quando o caminho torna íngreme, nem mesmo quando passas pelo vale da sombra da morte. Deus caminha contigo, fazendo que floresça a beleza da vida.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

De volta ao amor

De volta ao amor
A tua cura tem origem no amor. Procura, pois, a tua harmonia, o teu equilíbrio, e através destes volta-te a tua originalidade, pois você foi criado imagem de Deus. Purifica teu ser nas águas límpidas que brotam do coração de Jesus e assim uma nova criatura você será.
Interioriza tua visão e olha para Deus, que habita em teu ser e, através Dele, permite-te que a liberdade te conduza e ti ensine o que precisas aprender.
Dá espaço para que Deus possa falar ao teu coração, pois é para falar ao coração que ele te atrai para o deserto. Volta-te para o amor de noivado, para o amor primeiro, não há outros meios de estares em harmonia senão pelo amor que pulsa do coração de Deus para ti, protegendo-te, mesmo quando não estás ciente deste.
Tua jornada teve início há muito, muito tempo... Procura não perder o que é precioso para ti, não te estendendo demasiadamente com os afazeres do mundo. Reserva para ti momentos de silêncio e oração. Contempla com tua visão interior o que reluz vivamente em você.
É essencial que despertes do sono, Criança de Deus, para que assim possas sentir verdadeiramente amada por Ele.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Laços

Certo dia eu amanheci com a sensibilidade a flor da pele, a solidão começava a mostrar sua cara e a saudade começava a falar de amor. Sabe esse dia que você acorda com vontade de receber um abraço, um afago na alma, um beijo? Pois é, era assim que eu estava.
Andando pelas ruas da cidade, deparei em uma galeria, uma loja que anunciava um curso para embalagens de presente e enfeites; o brilho, as cores fortes e delicadas das fitas de cetim me chamaram a atenção e ao mesmo tempo me atraíram para o interior da loja. Ali comecei a observar as mãos ágeis da instrutora e sua voz delicada a ensinar suas alunas, que por vez olhavam atentamente. Senti-me constrangido, pois era uma atmosfera puramente feminina.
Tinha laços de todas as formas, laços em formas de abraços, em forma de flores de várias cores pareciam um jardim. Envoltos em caixas, unidos a faixas, laçados em panos, que prendiam ramos. Laços que uniam alianças amarravam tranças, enfeitavam vestidos. Tinha até um “laço doce”, que na verdade era uma fita vermelha que prendia um pequeno cartão a um bombom Serenata de amor, cujo dizer do cartão era o seguinte: “com carinho, para adoçar sua vida”. Olha juro, mas juro mesmo! Nessa hora eu queria ser serenata de amor, postado na janela do teu coração cantar-lhe a mais doce canção de amor. Mas eu queria também que você fosse um Sonho de Valsa, preso com um laço branco, unido a um cartão com os seguintes dizeres: “quero embalar suas noites.” Queria eu que fosse mil noites de amor, carinho e compreensão.
Observei na vitrine que estava do meu lado uma caixa em formato de coração coberta por um veludo vermelho lacrada por um laço de fita amarelo em forma de flor. Vislumbrado com tamanha delicadeza, eu pedi a vendedora pra me mostrar tal objeto, curioso para ver o interior do mesmo, perguntei se tinha jeito de abrir sem danificar o laço, ela então pegando com as pontas dos dedos uma ponta do laço puxou sem nenhum esforço a laçada se desfez. Vi a caixa vazia, mas o interior era forrado com um veludo branco, estava pronto para receber uma jóia.
Nesse instante eu tive uma grande e bela lição! Aprendi por exemplo que laço é diferente de nó. Laço não prende, uni; o laço ajusta as partes unidas, mas não aperta e nem sufoca. O laço amolda as partes envolvendo-as como num só corpo, porem sem deixar feridas. O laço é tão barato, mas banha de ouro aquilo que é lata, ele é o glamour daquilo que é simples. Laço é sinônimo de abraço sem nenhum pudor, seja ele de qualquer cor, de que fita for, será sempre a etiqueta da lembrancinha que alguém ganhou.
. O laço é o amor, o nó é o apego. O laço é o par de alianças que uni duas vidas respeitando a individualidade de cada uma, e por isso ela é o vinculo de um compromisso eterno. O nó é como elos de uma corrente prendem um ao outro, o colo feito para o encaixe vai se desgastando, um elo arrebenta e o outro fica só.
Alguém pode dizer o laço se desprende com facilidade, sim ele é projetado para se desfazer com facilidade, para que isso não aconteça é preciso manusear o objeto preso por um laço com delicadeza, com jeito é preciso pegar com carinho, colocar em local seguro. Se pegar com força, jogar de qualquer jeito o laço de rompe.
Você já tentou desatar um nó em uma fita de cetim? E difícil e quando você consegue, as partes presas pelo nó ficam enrugadas feias, muitas vezes o nó não se desfaz, ai tem que usar uma tesoura pra corta a fita, e ai já se viu, uma parte fica mutilada e a outra fica com o que não é seu.
Bom me deixa terminar por aqui, o assunto é bom, mas não posso ir alongando. Talvez você esteja perguntando: “E a caixa vermelha presa por um laço de fita amarela”? Essa caixa é o meu coração e nela coloco todo meu amor. Mas veja, eu quero receber ela de volta com seu coração dentro, preso no mesmo laço, para que eu possa guardar no hostiário do meu peito.





Vitório Evangelista Chaves.
29/08/210

domingo, 20 de junho de 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dois Corações

DOIS CORAÇÕES

Sou mineiro de dois corações
De dois amores de duas paixões
Raiz fincada às margens do jequitai
Tronco altivo no mais belo horizonte
Frutos de duas cores de dois sabores
De lembranças multicores a me alimentar.

No coração gigante de menino caipira
Tem coisas gravadas que o tempo não tira
Calça curta de cintura pra cima
Pés descalços no sol que calcina
Menino que corre ladeira abaixo, morro acima
Tentando fugir da tal de vacina.

De mim ninguém tira lagoa da porta
Meu pai em tua margem regando a horta
Eu a espiar a canoa já pronta pra poder remar
Que saudade me da do bacupari no meio do pasto
Atirando-lhe pedras pra fruta cair
Desejando com seu doce meu corpo nutrir

E você onde está meu trator preferido
Amarelão querido, por ti já tive o corpo dolorido
O tempo passou você foi destruído
De tristeza chorei no chão da oficina teus cacos achei
Tempos bons meu amigo querido
Transporte preferido, jamais esquecido.

Tenho boas lembranças, da viola, da dança
Das meninas de tranças de roda a brincar
A tristeza ficou, quando o trem apitou
E a família já dentro pro vovô acenou
Mas não vou reclamar, vou com versos citar
As boas lembranças que o menino urbano tem pra contar

Bem na madrugada meu pai levantava pra ir trabalhar
Eu pulava com ele, pra moda caipira poder escutar
Com muita saudade lembrava a roça começava chorar
Mãe levantava pra me consolar, mingau de fubá punha a engrossar
Calça com suspensol pra poder segurar
Camisa volta ao mundo La vou eu a estudar

Bem cedo meu pai me ensinou a bola chutar
No gol ele me incentivou a ficar
Do time de azul comecei a gostar
Da camisa amarela fui me apaixonar
La do lado do campo meu pai a chutar
Seu grito eu escutava pega essa Raul, não deixa a bola passar


Papagaio, eu já empinei, no chão já rolei de poeira sujei
Na terra molhada finca joguei, bolinha de gude também brinquei
Na escola eu briguei aula já matei de mãe eu apanhei
Mas já namorei beijo eu roubei, outro eu ganhei
Já me apaixonei fui súdito e rei, mas urbano e caipira eu sempre serei
Meus dois corações eu aqui mostrei, assim sempre serei.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Só o amor

Só o Amor

O que há por trás do instinto de violência e de cada gesto agressivo? Será valentia? Arrogância? Com certeza não. Por trás do instinto de violência e dos gestos agressivos existem o medo e por trás do medo esconde a falta de amor. A Sagrada Escritura nos afirma que “perfeito amor lança fora o medo, quem tem medo não é perfeito no amor”. (cf 1Jo 4,18). A natureza nos ensina que um animal feroz só ataca violentamente quando se sente ameaçado. Não te enganes em tuas justificativas para as agressões que cometes contra ti mesmo
e contra os teus irmãos.
No fundo, apenas queres ser amado, acariciado pelas mãos da vida...
Lembra-te de descansar teu coração em Deus, pois Nele o amor ecoa sua canção belíssima e genuína.
Lembra que a única realidade que fica é o amor, até mesmo a “ciência findará, só o amor permanecerá”. (1Cor 13,8). Tudo o que não for batizado no oceano límpido do amor perde o sentido de existir, morrerá como a flor do campo que não resiste a seca de um dia. Sem amor o muito saber torna-se um acúmulo de tristeza e até mesmo a ciência faz aumentar a dor.
Tudo que está em oposição ao amor não tem significado, passa como os ventos antes das chuvas, como os dias antes das noites, são meramente vaidades
Portanto, procura não alimentar e nem dar realidade àquilo que tem por objetivo obscurecer o teu coração dando-te como consolo à culpa, por teres feridos não só ao teu irmão, mas a ti mesmo.
Alimenta-te do amor e tua alegria será verdadeira. Mergulha em Deus e terás mergulhado na paz. Só assim poderás controla tua fúria.
Não há no céu ou na terra criatura alguma que tenha o poder de apagar o amor, quando desejas mantê-lo aceso no seu coração, mas só o amor poderá por fim ao teu instinto violento e a teus gestos de agressividade.

Porque Deus é Amor!

Vou seguindo

Tua fé em Deus há de guiar teus passos, mesmo que venhas a andar pelo vale sombrio.
Tua coragem de se entregar a Ele, há de fazer-te atravessar todas as pontes, todos os obstáculos.
Atravessarás sem dificuldade pelos véus da ilusão, deixando-a para trás, para o vazio.
Se confiares em Deus, e a Ele submeteres os desejos de teu coração, mesmo em plena escuridão, ele é capaz de conduzir-te, sem permitir que teus pés se firam nas pedras do caminho. “Eu sou a luz do mundo”, disse Jesus; quem caminha no seu seguimento jamais será absorvido pelas trevas.
Tua dedicação ao seguimento de Jesus, há de ter recompensa no dia a dia.
Tua determinação aliada à graça e a fidelidade de Deus, há de fazer-te crescer
e sentirás em teu ser a liberdade, mesmo em um mundo cheio de problemas e dificuldades.
Não temas e trata de prosseguir!
A cada passo descobres meios para
dar o seguinte e assim vais, aos poucos,
te fortalecendo. Deus o faz ver com clareza hoje, o que antes
mal conseguias distinguir.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Violetas

Há Alguns anos atrás, vivi momentos de muito sofrimento, para aliviar a dor decidi que iria cultivar Violetas; pois eram plantas muito delicadas e de flores belas. Achei que seria também uma ótima terapia para quem deveria prescindir do passado, olhar para o futuro e enxergar novas possibilidades de ser feliz.
Com as Violetas eu aprendi uma coisa muito interessante: desenvolver a paciência. Sem dúvidas, as flores são lindas, mas para poder contemplar é preciso paciência para cultiva-las. Se você coloca água em demasia ela ficam melando e as folhas caem, se a água é pouca elas morrem; sê ficam longo tempo exposto ao sol, queimam, sem sol não consegue florir. Tudo precisa ser na hora certa e na medida certa.
Assim também são os nossos relacionamentos, seja qual for o nível deles; sejam amizade, namoro ou casamento. Para colher as mais lindas flores no coração do outro é preciso antes semear sementes de amor, carinho e respeito. É preciso também aduba-las com o adubo da paciência, rega-la com a água da dedicação e deixar que os raios da admiração iluminem o cotidiano.


Vitório Evangelista Chaves.

Porque esse medo

”Por que esse medo gente de pouca fé?” (MT 8,26) perguntava Jesus aos discípulos assustados com a violência da tempestade que assolava o barco em que estavam.
Apenas o medo que está no seu interior é que te faz acreditar que a tempestade é real.
Fora deste campo imaginário está a luz, a bênção e o amor de Deus, que a tudo criou para ti.
Creia no Senhor, e vê, quão sábio e preciso Ele se mostra a você, quão doce e amoroso ele é..
Não comungue com a tua escuridão,
com nenhuma forma de pensar que tenha por objetivo te ferir, te deixar confuso
e perdido nesta Terra.
Ao contrário, entrega estes momentos ao Senhor Jesus, É Ele que deixa seu ser mergulhado na luz.
Respira calma e mansamente e permite estar na companhia serena Daquele que te cuida com o olhar amoroso e atento.
Nele tudo você pode.

Vitório Evangelista Chaves

Uma carta pra não ser esquecida

Belo Horizonte, 04 de julho de 2006.

Prezada diretora da escola Estadual Presidente Antônio Carlos.

Sra Raquel.

Gostaria através desta, manifestar meus agradecimentos a essa unidade escolar, pelos anos de dedicação na formação de meu filho Daniel Evangelista Chaves. Apesar de saber que a educação é obrigação e dever do Estado, eu tenho consciência da dedicação dos profissionais que ai trabalha ( com algumas exceções) e que nem sempre é valorizado como deveriam ser.
A respeito da reunião eu gostaria de tecer aqui alguns comentários, que só são possíveis fazer quanto analisamos a questão sem parcialidade, apesar de termos partes que nos são caras envolvidas na situação.
O primeiro fato que me assustou muito, foi o teor das criticas feitas pelo professor Abraão e a professora Ademildes. Todos adolescentes envolvidos foram unânimes em manifestar revolta contra eles. Fico pensando, onde está o erro, nos adolescentes que estão em período de formação psíquica emocional ou nos referidos professores formados para lidar com eles? Questiono muito uma pessoa adulta que tem como missão profissional lidar com jovens adolescentes e não conseguem despertar amor no coração dos mesmos. Os alunos foram punidos, quem punirá os professores? Certamente isso não acontecerá, mas tenho certeza que a consciência de cada um deles o fará.
Outra coisa que me chamou bastante atenção, foi a magoa estampada no rosto e nas palavras do professor Abraão e da professora Ademildes. Pareceram-me pessoas completamente despreparadas para exercer a função, esconderam atrás das ofensas feitas a adolescente Amanda, para se vingarem dos insultos recebidos. Mostrou que não tem estrutura nem frieza emocional para lidar com situações adversas. Eles precisam aprender que não basta ser professor é preciso ser mestre, não basta ensinar a respeito de determinadas matérias é preciso ensinar valores a respeito da vida, não basta ter armazenado na cabeça conteúdo científicos, é preciso ter o coração repleto de amor, sensibilidade na alma e conhecer o mínimo da pessoa humana, há um grande diferença entre professor e mestre. Mestre não é apenas um repassador de matérias ou uma maquina de formar vestibulando, é antes de tudo formador de homens e de cidadãos.
Quero também fazer justiça à professora Beatriz, que foi igualmente ofendida, mas teve uma postura de mulher adulta, madura e grande senso de profissionalismo, soube mostrar para os adolescentes envolvidos no assunto o bem que fazia a eles, sem jogar na cara o erro que cometeram. Essa sim deu uma grande lição que não será esquecida por nenhum deles. Agradeço também a professora Rose, que deste a quinta serie acompanhou meus filhos na escola com dedicação e esmero.
Quanto ao colegiado, foi lastimável a postura dos membros, foram verdadeiros “Pilatocratas” lavaram as mãos como no caso de Pilatos no julgamento de Jesus Cristo, deixaram de fazer justiça, pois era claro nas palavras de todos que a pena para os adolescentes não era a exclusão.
Em minha opinião os adolescentes foram de mais hombridade, pois admitiram que erraram na frente de todos, enquanto os membros do colegiado fizeram como nossos congressistas que esconderam atrás do voto secreto para absolver os mensalões. Me desculpe, mas vocês me fizeram voltar aos porões da ditadura militar, reeditaram o ato constitucional número cinco, “ninguém pode falar mal do governo”.
Condenaram os adolescentes! Todos perderam, os adolescentes, porque não entenderam a lição, os pais porque se viram desamparados, e os professores porque acabaram assinando um atestado de incompetência para educar.
A respeito dos adolescentes reconheço que erraram, mereciam ser corrigidos, mas a pena teria que ser educativa e não punitiva, nem o código penal brasileiro é tão severo com menores delinqüentes como colegiado foi com meninos de família, tive a impressão de estar diante dos juristas do império romano, condenado cristãos a fogueira.
Os adolescentes foram verdadeiros mártires que tiveram o sangue emocional derramado pela espada impiedosa de uma minoria.
Quanto à menina Amanda, posso imaginar o drama que esta vivendo ela certamente não merecia o que foi feito estou solidário com ela e com sua família, a quem devo um pedido formal de desculpa pela atitude impensada de meu filho, do qual assumo a responsabilidade, pois eu deveria ter vigiado sua conduta.Mas aqui eu acuso o professor Abraão e a professora Ademildes, como pessoas responsáveis por essa ferida permanecer aberta no coração da Amanda. E por causar outra ferida incurável no coração dos adolescentes. Se os dois supracitados professores não tivessem agidos como pessoas imaturas emocionalmente, desse terrível episodio teríamos tirado o antídoto para a cura dessas feridas.
Professor Abraão e professora Adelmides, vocês não conseguirão matar o sonho no coração desses adolescentes, nele estão sendo gestada à esperança, ninguém abortara. Saiba que a magoa e o ressentimento são motivadores fracos para isso. Sede de justiça e diferente de desejo de vingança. O desejo de vingança de vocês, não constrói pontes que unem, só erguem muros que separam e segregam. Graças a Deus, profissionais que usam a metodologia de vocês estão em extinção. Não tem lugar para eles numa sociedade cada vez mais livre e democrática, que preza pelo diálogo e conciliação. Vocês nunca poderão ser chamados de artífice da paz e promotores do bem-estar social.
Para terminar peço que o livro de ata seja guardado, para que no futuro seja colocado em um museu da escola com essas paginas aberta, para que futuros educadores, pais e alunos não cometam os mesmo erros.

Atenciosamente,




Vitório Evangelista Chaves.

O pai da terra que o céu me deu

Ao pai da terra que o céu me deu

Hoje quero apenas agradecer pela tua presença em minha vida.
As sementes que colocastes tão cuidadoso no meu coração cresceram,
Sobreviveram as secas e as grandes tempestades, transformou-se no amor, na gratidão e no amadurecimento que hoje posso te oferecer.
Em razão de tua dedicação, hoje a lugar dentro de mim para receber tua mansidão e teu olhar pleno de amor.
Você esta sempre atento aos meus movimentos imprevisíveis, as minhas alegrias, as minhas confusões sempre distorcidas.
Dentro de mim há flores desabrochando, méritos de tua persistência em semear, mesmo quando o terreno não parecia favorável.
Dentro de mim há sol para aquecer os dias, lua e estrelas para derramar sobre as noites.
Dentro de mim há silêncio para ser compartilhado contigo, festas com fogueiras para tão somente celebrar a vida contigo.
Dentro de mim há saudade de um tempo onde o mundo era somente tua presença, teu colo... O teu colo inesquecível, onde eu sentia toda proteção, toda benção de Deus a derramar-se sobre meu ser, um ser tão frágil, tão exposto, o qual cuidastes com tanta dedicação e alegria...
Dentro de mim a uma enorme vontade de retribuir todo bem que me fizestes.
Dentro de mim há necessidade de ver-te de perto, caminhando junto comigo.
Eu cresci e sei que você deu conta de minhas inúmeras mudanças. És importante para mim, é meu coração que te fala e sorrir para te ao mesmo tempo.
Pai, tua presença alegra meu ser e me faz lembrar que a vida deve desabrochar quais flores que semeastes no meu coração.
Meu pai! Companheiro de todas as horas, a cada dia eu vou me aproximando de sua maturidade. Vejo o tempo sorrir e através dele florescer as virtudes que infundistes na minha personalidade.
Você é o Pai da terra que o céu me deu!


Vitório Evangelista Chaves.

O pai da terra que o céu me deu

Ao pai da terra que o céu me deu

Hoje quero apenas agradecer pela tua presença em minha vida.
As sementes que colocastes tão cuidadoso no meu coração cresceram,
Sobreviveram as secas e as grandes tempestades, transformou-se no amor, na gratidão e no amadurecimento que hoje posso te oferecer.
Em razão de tua dedicação, hoje a lugar dentro de mim para receber tua mansidão e teu olhar pleno de amor.
Você esta sempre atento aos meus movimentos imprevisíveis, as minhas alegrias, as minhas confusões sempre distorcidas.
Dentro de mim há flores desabrochando, méritos de tua persistência em semear, mesmo quando o terreno não parecia favorável.
Dentro de mim há sol para aquecer os dias, lua e estrelas para derramar sobre as noites.
Dentro de mim há silêncio para ser compartilhado contigo, festas com fogueiras para tão somente celebrar a vida contigo.
Dentro de mim há saudade de um tempo onde o mundo era somente tua presença, teu colo... O teu colo inesquecível, onde eu sentia toda proteção, toda benção de Deus a derramar-se sobre meu ser, um ser tão frágil, tão exposto, o qual cuidastes com tanta dedicação e alegria...
Dentro de mim a uma enorme vontade de retribuir todo bem que me fizestes.
Dentro de mim há necessidade de ver-te de perto, caminhando junto comigo.
Eu cresci e sei que você deu conta de minhas inúmeras mudanças. És importante para mim, é meu coração que te fala e sorrir para te ao mesmo tempo.
Pai, tua presença alegra meu ser e me faz lembrar que a vida deve desabrochar quais flores que semeastes no meu coração.
Meu pai! Companheiro de todas as horas, a cada dia eu vou me aproximando de sua maturidade. Vejo o tempo sorrir e através dele florescer as virtudes que infundistes na minha personalidade.
Você é o Pai da terra que o céu me deu!


Vitório Evangelista Chaves.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pentecostes

Após o acontecimento de pentecostes houve uma ação e duas reações. “Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em várias línguas conforme o Espírito Santo lhes concediam que falassem.” (At 2,4) Esta foi à ação, “começaram a falar.” A primeira reação foi positiva a palavra que vinha do cenáculo: “judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus”! (At 2,11) Uma grande parte dos que estavam na Praça em Jerusalém ouviam a narrativa das maravilhas de Deus e o interessante é que apesar de várias nações, cada um ouvia em sua própria língua. A outra reação era uma crítica em tom de zombaria e partia de uma minoria que também estavam na Praça: “Outros, porém, escarnecendo, diziam: Estão todos embriagados de vinho doce”. (At 2,13)
Diante de tal reação, Pedro toma a palavra e começar a explicar para todos os freqüentadores da Praça o que estava acontecendo dentro do cenáculo. Logo no início do discurso de Pedro, nós chegamos a um entendimento maravilhoso sobre o acontecimento de pentecostes. “Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse: Homens da Judéia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido e prestai atenção às minhas palavras.” Ao ficar de pé e tomar a palavra com o apoio de todo colégio apostólico, fica bem claro que esse gesto de Pedro indica que o derramamento do Espírito Santo é um indicativo forte do caráter missionário da igreja. O Espírito Santo nos é dado em função da missionariedade, para que no poder do Espírito nós possamos anunciar o Evangelho aos de perto, mas também além fronteira. Relacionando o acontecimento de pentecostes ao cumprimento da promessa de Deus guardada pelo profeta Joel, Pedro usa uma frase muito interessante: “Acontecerá nos últimos dias - é Deus quem fala.” Pedro situa aquele acontecimento como nos últimos dias, Ele não fala de final dos tempos, de fim do mundo, mas de últimos dias. Talvez ele quisesse indicar uma geração que estava chegando ao seu final, e que precisava urgentemente experimentar a Salvação pelo derramamento do Espírito Santo e pelo anúncio do Evangelho.
Nós também estamos vivendo os últimos dias, ou seja, o fim de uma geração que precisa ser salva pelo conhecimento de Jesus Cristo ou ela irá se perder nesse mundo “maluco” que estamos vivendo. Somos os empregados da última hora, segundo a imagem da parábola dos trabalhadores da vinha, guardada pelo Evangelista Mateus. Deus está dando a nós o mesmo denário que deu aos empregados da primeira hora que se encontravam reunido no cenáculo de Jerusalém. Deus está nos revestindo de colhedores de uva, esta investidura não é outra coisa senão um copioso derramamento do Espírito Santo.
Ao abrimos à graça de pentecostes, temos duas certezas: salvaremos nossa geração e deixaremos para nossos filhos e netos um mundo cristianizado e uma sociedade mais fraterna e justa, fundamentada nos valores do Evangelho.
Para finalizar deixo essa passagem belíssima do DECRETO AD GENTES, SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA. (proêmio 1) “No estado atual das coisas, de que surgem novas condições para a humanidade, a Igreja, que é sal da terra e luz do mundo, é com mais urgência chamada a salvar e a renovar toda a criatura, para que tudo seja instaurada em Cristo e n'Ele os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus.”



Vitório Evangelista Chaves.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O HOMEM E A MÁQUINA

É muito comum ouvir alguém dizer: você é “insensível.” Isso geralmente acontece quando a dor do outro não nos comove, ou não nos deixamos manipular por sentimentos que não são verdadeiros. Mas em minha opinião classificar o outro de insensível não é real. Todo ser humano dentro de suas faculdades mentais nos padrões aceitos pela sociedade como normal, são pessoas dotadas de um alto grau de sensibilidade. Isso é muito bom, torna nos domesticado, o outro pode apoiar-se em nós e facilita nossa maneira de relacionar com os demais. Por outro lado corremos também um grande risco: o de não saber controlar essa sensibilidade e assim sermos facilmente manipulados ao ponto de esquecermos a ética e a razão para da vazão ao sentimento.
Há algum tempo atrás eu assisti a um filme que por ironia eu esqueci o nome, mas inspirado no seu enredo comecei a refletir esse assunto. Ele contava a história de um homem que estava sendo acusado de ter cometido um homicídio grave e por isso foi levado a uma penitenciaria de segurança máxima toda informatizada, onde era colocado nos presos um chip que era controlado por um robô, a cada tentativa de fuga era automaticamente agravado com dores horrível o sofrimento do detento.
Não havia agente penitenciário, justamente para que o sentimento e a sensibilidade não atrapalhassem a rigidez do regime. O robô que monitorava esse preso era do sexo feminino, e no final a maquina acabou apaixonando pelo homem, não mais respondendo os comandos da programação e facilitando sua fuga. O homem era inocente, mas a prova que dispunha no local do crime testemunhava contra ele. Diante da prova nem mesmo o advogado conseguiu convencer a coorte da inocência daquele homem, mas a maquina que começou a nutrir amor por ele, acreditou em sua história. Em minha racionalidade eu digo, maquina é maquina! Ela é fria sem sensibilidade, responde a um programa pré- estabelecido. Só consigo entender uma situação dessas, fazendo outra reflexão, quem formatou e programou aquele robô, também o dotou de sensibilidade, registrou em sua placa mãe o amor, e onde existe amor, onde há sentimento envolvido nenhuma decisão é definitiva.
Um dia desses, eu resolvi excluir um conta que tenho em um desses muitos sites de relacionamentos espalhados na rede mundial de computadores, procurei os comandos que me levaria à exclusão. Cliquei no link que indicava a exclusão, abriu-se então uma janela que dizia: “para excluir sua conta, digite sua senha.” Certo do que eu queria digitei a senha e cliquei em ok. Abriu então outra janela que me perguntava: “tem certeza que deseja excluir sua conta”? Sem nenhuma sombra de dúvida fui novamente dei um ok e uma nova janela se abriu com a seguinte pergunta: “você não poderá mais acessar a sua conta, tem certeza que deseja excluir permanentemente”? Diante dessa que seria minha ultima chance, meu coração acelerou, comecei a trazer na memória os meus oitocentos e setenta amigos com quem eu me interagia na página. Só o fato de imaginar que não mais poderia mandar recados a eles nem receber suas mensagens repletas de carinho e estímulo, foi o bastante para ser envolvido na solidão e assim adiar minha decisão para mais tarde.
Quando voltei a pagina, uma amiga que a muito eu não tinha noticias, pediu para que eu a adicionasse, não pensei duas vezes, com um clique apenas ela se tornava minha amiga de número oitocentos e setenta e um. Veja como é a vida. Com um clique eu incluí mais uma pessoa na minha pagina e consequentemente no meu coração. Mas na minha tentativa de excluir a conta, com apenas um clique eu ia excluir oitocentos e setenta pessoas da minha vida.
Se em todas as situações da vida onde tivéssemos que fazer uma opção abrisse-se uma janela nos perguntando se tínhamos certeza do que estávamos fazendo e também das conseqüências positiva e negativa de tal decisão, muita tristeza poderia ser evitada e muita alegria seria derramada.
Se diante de Hitler aparecesse uma janela aberta perguntando: tem certeza que você quer matar mais de seis milhões de judeus com essa guerra? Ele clicaria em não e a guerra não teria início.
Se diante do piloto que sobrevoou Hiroshima e lançou sobre milhões de pessoas a bomba atônica, tivesse aparecido tal pergunta a humanidade não teria um registro tão triste em sua história.
Às vezes caio na tentação de pensar que a maquina é mais sensível do que o homem que a manipula. Pior é que às vezes a maquina é bem mais sensível que eu, que agora faço essa reflexão. Que coisa complicada! Porque maquina que você está rindo? Só porque você me deu essa lição, se acha melhor que eu? Mas não é mesmo, só eu fui criado por Deus, Deus me dotou de sentimento, só eu tenho capacidade de reconhecer meu erro e começar de novo. Porque acha que eu aprendi com você,? Porque sou humano e não robô, sou reflexo do Deus amor, e você quando muito é reflexo meu.


Vitorio Evangelista Chaves

domingo, 23 de maio de 2010

JOÃO NINGUÉM BRASILEIRO DA SILVA

João ninguém é um dos milhares de brasileiros, que nasceram quando a democracia agonizava, como feto no seio materno e morre sem ver a luz do dia.
Este pobre nasceu no raiar da ditadura militar, viu seus direitos caçados, passaram a mordaça do ato institucional número cinco em sua boca, sufocando assim sua voz de protesto. Este brasileiro viu seu país ir para o abismo e o regime calar pela força, aqueles que ousavam levantar a flâmula da liberdade. Assistiu em silencio cidadãos serem exilados do seu berço natal, dando a entender, que amar esse país e desejar o bem de sua gente fosse ato subversivo. Como um mero espectador, assistiu um tal general Medecci massacrar tantos João e Maria que ele perdeu a conta.outro general de nome esquisito “Geisel.” Esse foi cruel, mas ao mesmo tempo um bobo. Os poetas Caetano Velloso, Chico Buarque e Geraldo Vandré e tantos outros sabiam como ninguém mandar recados ao presidente em forma de canções. Veio o último general João Batista... De que mesmo? Esqueci! Mas não faz mal ele pediu ao povo que lhe esquecesse, teve a audácia de num gesto grosseiro marcar o final de seu mandato, quando a ditadura foi derrotada no colégio eleitoral.
Este Brasileiro nato de alma e nome viu a democracia florescer, irrigado pelo sangue dos mártires desaparecidos nos porões da ditadura e as lágrimas dos exilados que choravam de saudades da terra natal e o grito do povo que ecoava de norte a sul. Exigindo diretas já.
João tomou gosto pela liberdade democrática, elegeu o caçador de marajás e também o caçou quando o mesmo tentara por belas palavras e discursos vazios lhe surrupiar. Colocou La em cima a social democracia, prometeu mundos e fundos e como o outro Fernando esse também não cumpriu. Este brasileiro mais uma vez foi enganado pela burguesia.
Hoje João acordou cantando o hino nacional e canções que manifestava seu orgulho de ser brasileiro. Era dia eleição e dessa fez ele estava decidido a acertar. Queria com o voto escrever na urna eletrônica seu nome e sobrenome: João Ninguém Brasileiro da Silva.



Vitório Evangelista Chaves

(obs.) escrito logo após a vitória de lula na eleição de 2002

DEDICAÇÃO (poesia)

Fiz do meu coração um oceano de amor pra você navegar;
Um mar de saudade pra de te eu me lembrar.
Um porto seguro pra você ancorar;
Uma praia deserta pra você se banhar.

Fiz do meu coração um barco com mastro pra você velejar;
Uma bússola fiel pra te orientar,
Um timão ajustado pra você manobrar,
Um vento suave pra te impulsionar.

Fiz do meu coração águas profundas pra você mergulhar,
Tralhas. De mergulho pra você não afogar,
Tesouro escondido pra você procurar,
Pérola raríssima pra em seu seio guardar.

Fiz do meu coração um brinquedo pedagógico pra poder te ensinar,
Um menino inocente pra contigo brincar,
Um sorriso infantil pra você confiar,
Uma orquestra sinfônica pra seus sonhos embalar.

Fiz do meu coração a poesia de amor pra você recitar,
A estrofe romântica pro seu verso rimar,
A escrita de ouro pra não se apagar,
Fiz do meu coração um buquê de amor pra sua vida enfeitar.





Vitório Evangelista Chaves.

O TROVADOR E A LUA

Certa vez um sertanejo trovador apaixonou-se pela Lua Cheia, e ela cor de prata com seu brilho radiante, correspondia ao amor do Sertanejo trovador.
Só que Lua Cheia morava no espaço é só de tempos em tempos ela o vinha visitar, e seu brilho inconfundível iluminava o coração do jovem trovador.
Quando o céu nublava as estrelas escondia e a tempestade surgia, Lua Cheia escondia-se por medo, o véu da tristeza cobria seu rosto, tornava-se então uma Lua minguante.
Foi que então o bardo caipira de viola em punho, exclamou esses versos:
O amor não conhece distante, pois é amiga da saudade, essa por sua vez fustiga o coração dos amantes até que o encontro acontecer.
Para o amor não existe barreira, mas obstáculos a serem vencidos.
O amor nunca desiste de amar, ele apenas se abriga temporariamente até a tempestade passar.
Então a Lua que minguara de tristeza voltou a ser nova, pois as esperança e a mais forte aliada do amor.

NAVEGANTE (poema)

Sou navegante com meu barco a singrar,.
Baleeira à vela movida à esperança sigo a velejar.
Vou sem receio ou pavor, no balanço da água encontrar meu amor.
Velho Chico, mineiro tão nato, barulho pacato que embala o sertão.
De cidade em cidade eu me ponho a olhar pra barranca do rio a ti procurar
Onde está a cabocla mineira, menina roceira que na praia do rio,
Põe-se a cantar, cantiga de roda e a roupa a lavar.
Batendo na pedra pra sujeira tirar no mato rasteiro quarador a esperar.
Com bacia no chão e mão delicada, faz chover sobre a roupa a quarar,
Para que os raios do sol escaldantes não venham queimar o lençol de algodão,
Que seu pai comprou do caixeiro ambulante que insistia em falar:
Compra pra aquela caboclinha na porta a espiar, com olhos bem vivo igual luz do luar.
Para enfeitar a sua cama, pois lençol de algodão lhe ajuda a sonhar,
Com amor navegante que no rio virá ao coração da menina consolo trará.
Serra da canastra ponto de partida, belas cidades vejo na arriscada descida.
Nem mesmo tendo ao dispor Três Maria para escolher.
Não! Coração sussurrou, correnteza agitada a catraia empurrou,
A bússola do amor apontou rumo norte, movido a sonhar seguia a remar,
Principais afluentes vendo avidez de amar despejaram águas mil,
O leito do rio generoso aceitou assim meu barco celeridade ganhou.
Ao agito do vento a flâmula do amor, no alto do mastro se pôs a bailar.
Paraopeba deságua no leito do Chico, Abaeté igualmente em seu amor doação,
As velhas do rio servas da coroa deram-se ao Chico sem nada exigir,
Solícitos outros rios colaboram igualmente. Jequitaí, Urucuia, rio Verde esperança, e Paracatu. Mesmo em tempo de seca não negam o pouco que tem.
Assim sigo o amor perseguir, mesmo em tempestade não vou desistir.
Pirapora eu rezo a virgem Senhora, bom Jesus peço ajuda para que chegue a aurora,
E os raios do amor por quem naveguei vem salvar coração que na vazante deixei.
Nem inverno esfria a fé, Pois sei que outono é preciso, pra folha cair.
Ao sol de verão volto sorrir, pois primavera do amor faz o novo florir.
Meu sentir não engana em onde eu quero cheguei, em porto seguro o barco atraquei.
Perguntei pelas ruas onde mora o amor, que nas águas do Chico seu corpo banhou,
Esse amor que procuro é a singela menina, de pele queimada pelo sol que calcina
Teu amor, sertaneja foi que vim buscar. Obrigado velho Chico por me ajudar.
Segue agora seu curso a outros levarem, até que tuas águas abracem o mar.

ESPERANÇA E ILUSÃO

Há algum tempo me ponho a fazer esta reflexão sobre a esperança e a ilusão. São paralelas, que parecem conduzir-nos ao mesmo objetivo. Digo parecem, pois enquanto uma finaliza nos sonhos realizados, a outra leva aos pesadelos intermináveis. Na via da esperança as flores não são sempre perceptíveis, os espinhos estão sempre ao alcance de nossos pés, para testar a objetividade de nossos ideais. O trajeto é íngreme, para colocar em xeque nossa paciência. A estrada da esperança não tem atalho, nem desvios, é um curso de retas e curvas. O caminho da esperança e estreito é quase um beco, mas sempre cabem nossos sonhos, tenham eles o peso e o tamanho que tiverem. No caminho da esperança, pensamos que dirigimos nosso carro, mas na verdade somos guiados por Deus!
A esperança não se engana! Esta frase de São Paulo é o conceito ímpar dessa virtude teologal. A esperança não se engana, portanto, ela é a estrada onde devemos caminhar. Muito definem a esperança como uma jogada de sorte, não claro que não! Ela é uma jogada pensada em seus mínimos detalhes, ensaiada incansavelmente, por esse motivo ela não se engana, não morre; pode passar por um estado de coma profundo, mas sempre surpreende, o time da esperança pode está perdendo o jogo de dez a zero, aos quarenta e seis minutos do segundo tempo no apito final, vira-se o placar.
Desde a antiguidade a âncora é o símbolo da esperança, porque e justamente nela que ancoramos o barco de nossos sonhos para não serem arrastados pela tempestade da vida. Todos os nossos sonhos são passiveis de realizações, quando sonhados com a cabeça no travesseiro da esperança. Diz o ditado popular que “quem espera sempre alcança” isto é verdade, quem espera sempre alcança; mesmo que o objeto esperado nunca chegue ao alcance das mãos.
Ao contrário da esperança, a ilusão é enganadora, na avenida da ilusão, as flores são perceptíveis, a fragrância embriaga seus caminhantes, justamente para não perceberem o abismo e o nada que os esperam. Na larga estrada da ilusão os espinhos estão sempre camuflados pelos verdes das folhas. Nessa estrada não sobe morro nem desce ladeira, curvas? Nem pensar é retas intermináveis que nos fazem perder de vista nossos ideais. No time da ilusão ninguém tem treino tático, jogada ensaiada, tudo é pura sorte, na praça da ilusão tudo é festa, lá não tem amanhã, somente o hoje é que domina. Na casa da ilusão ninguém dorme, apaga. La não se sonha, tem devaneio com a cabeça no travesseiro de vento.
Na avenida da ilusão, sempre pensamos que Deus dirige nosso carro, mas somos sempre nós que traçamos a rota e sempre movidos por um coração, desejoso de embalar na rede da ilusão.
No dicionário da esperança não existe a palavra sinistro, pois o coração absorto na esperança tem como fruto a ciência do bem viver, que por conseqüência prova a fidelidade. A fidelidade provada no crisol produz a esperança. Cultivar a esperança e engravidar dos bens desejados e deixar Deus acompanhar o pré-natal.
Ilusão! Alguns falam “doce ilusão”. Doce na boca, quando se mastiga, mas quando chega ao estomago ela amarga com chá de picumã. No relógio da ilusão a felicidade dura exatamente um segundo, e logo em seguida dar-se lugar ao vazio existencial; no relógio da esperança... Não, não mesmo! A esperança não tem relógio, a felicidade dura uma eternidade.
O ilusor fala que a esperança é cega, isso é fábula; cega é a ilusão, pois é desprovida da fé em Deus. Fala-se em ilusão de ótica! Aí sim, e enxergar o que não existe e apoiar a existência nessa fraude. Tem a ilusão monetária: é achar que você ficou mais rico, porque seu salário aumentou trinta por cento, mas não contabilizar que os preços subiram sessenta por cento.
Esperança tem a Cinderela, quando perde seu único pé de sapato na festa de aniversário do príncipe encantado. Ilusão vive a madrasta malvada que coleciona centenas de pares de calçado e acaba amargando a solidão, pois demorou no camarim da indecisão e não percebeu quando o príncipe dos sonhos passou com seu cavalo arriado de possibilidades. Esperança foi o motivador do menino Davi na luta contra o gigante Golias. Ilusão foi a do pequeno Polegar, quando pensou ser o grande, porque desfilava em cima do gigante adormecido. Ser esperançoso é ter faro canino, é perseguir a caça quando só se sente o cheiro e não quando se vê as pegadas. Ilusório é não enxergar a verdade que se ajoelha aos seus pés e prostrar-se diante do imaginário que desfila longe dos seus olhos enfeitado de plumas e paetês. A ilusão é voar quando não se tem asas, a esperança é saber caminhar mesmo quando tem possibilidades de voar. A esperança é o reflexo de Deus, a ilusão e a fotografia do nada.
É preciso repensar nossa caminhada, se necessário, deixar Deus refazer a rota; sonhar é bom, mas têm que ser acordado, pés firmes na realidade e olhos fixos no infinito de Deus. Dar vazão a ilusão e atracar nosso barco no porto da solidão e encher o coração de uma alegria efêmera.
Ilusão não é guerra é genocídio, não e ventania é um tufão, não é um abalo, é um terremoto. Não é uma maré alta, é um mar bravio; não é uma onda gigante e um tsunami. Não é o escuro da noite em nossa caminhada para Deus, é a ausência da luz divina no caminho de nossa existência!
A ilusão é um gozo genital, a esperança é o orgasmo da alma!
Que o Deus da esperança esteja em nossos corações.


Vitório Evangelista Chaves.
10/ 01/2009


QUANDO O CORAÇÃO PENSA E FALA (frases de minha autoria)

AQUI POSTO FRASES QUE REVELAM MTO DO QUE SINTO E DO MOMENTO EM QUE VIVO, LENDO CERTAMENTE VOCÊ PODEERÁ CONHECER UM POUCO DO MEU INTERIOR. FIQUEM A VONTADE PARA COMENTAR

Aplaudir o personagem é fácil, o difícil mesmo é conviver com o intérprete

"As pessoas que apladem o Homem Aranha, são as mesma que criticam o Peter Parker"

"A fantasia foi sempre uma péssima atriz, quando ela quis imitar a realidade foi um drama"

"cuide bem da saudade, olhe com que ela anda, a solidão não é uma boa companhia pra ela "

"Mais importante que a liberdade é ser livre"

"A solidão é um indicativo que o castelo interior precisa de uma reforma para acolher novamente o amor"

"As flores mais belas e sensíveis, surgem em galhos repletos de espinhos. Para colhe-las é preciso arte traduzida e amor, caso contrário fere-se as mão nos espinhos e danifica as flores, feliz que sabe cultiva-las e colher."

"A saudade mora na casa abandonada pelo amor"

"A magoa levou o amor ao banco dos réus, mas ele sempre ganha a causa pois seu advogado é o perdão"

" A saudade me telefonou hoje, ela queria saber noticias do amor"

"Quando alguem chora um amor perdido, as lágrimas formam uma cachoeira para banhar a solidão"

"o coração nunca fica sem inquilino, quando o amor vai embora ele acolhe a saudade"

"Quem afoga a magoa, também mata o amor"

Meu discurso mais eloquente e minha conversa mais convicente, foi quando me silenciei

Decepção não mata. mas ajuda a rever decisões

Acordar para o incauto é interromper um sonho, para o cauto é evitar um pesadelo

QUEM SE PROPÕE A NAVEGAR NUM BARCO DE PAPEL, NUNCA SAI DO ESTALEIRO ONDE FOI CONSTRUIDO

sábado, 22 de maio de 2010

Virtudes e verdades

Uma pessoa que não cultiva no coração a virtude da esperança, não consegue sonhar, quando muito tem fantasias, não conseguirá crescer, mas viverá como parasita em uma dependência assassina do outro e satisfeito na paz de sua acomodação.
É preciso ter coragem para lutar, caso contrário será devorado pelo medo e a covardia minará o seu ser. Geralmente temos medo de ir à luta, de sermos devorados pelos monstros que nossa mente medrosa cria e recria quando estamos na fronteira de nossos desafios. Eu vi uma cena que me fez questionar, estava eu na roça quando observei a atitude de uma galinha de angola, ela movia-se em uma carreira para uma poça de água; quando um cão raivoso se pôs a ladrar. No susto inicial ela recuou e a certa distancia do cão, pôs-se a observar como alguém pensativo. O cão insistia em ladrar e rosnando dava passo a frente com quem ia avançar, a angola num gesto arrojado de coragem lançou contra o inimigo com as asas abertas e bico aguçado, não dava trégua ao cão alguns minutos depois o cão assustado fugia e ela cansada e com algumas penas retiradas aproximava do poço de água. Com isso eu aprendi que quem tem medo de perder penas ou colecionar cicatrizes morre de sede próximo da água
“Tenha fé na vida” eternizou o “maluco beleza” em uma de sua letras, definitivamente só ter fé na vida não basta; é preciso ter fé em Deus em sua palavra e nas suas promessas. Sem fé em Deus não se tem como escapar do vazio angustiante que se desenha constantemente a nossa frente.
É preciso saber cativar o outro, cativar não é seqüestrar é prender o outro na liberdade do amor. Cativar é deixar o outro livre, mas tendo a certeza que a pessoa cativada sempre terá saudade do espaço sagrado de nosso coração. Quem seqüestra o outro permanecerá fechado em seu pequeno mundo, sem poder fugir das garras da solidão, morrerá na aridez do seu deserto sem oásis.
Uma pessoa que faz do ódio um motivador pra vencer desafios, será com certeza um acumulador de derrotas. Quem não sabe perdoar não terá compaixão, talvez nem de si mesmo nem do seu semelhante. O amor é a resposta correta, o remédio eficaz, a terapia eficiente; o amor é potente, porque é capaz de reconstruir o que o ódio arruinou. O poeta escreveu e eternizou em uma canção que “é preciso saber viver”. Eu digo que não! Digo que é preciso saber amar, pois só quem aprende a amar, sabe viver
Quem não sabe amar, será um peso no mundo, um zero a esquerda. Alguém que vegetou e que já morreu sem saber.


Vitório Evangelista Chaves