quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Apresentação do Senhor

Apresentação do Senhor
Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor. Foram também oferecer o sacrifício, um par de rolas ou dois pombinhos, como está ordenado na Lei do Senhor. Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel. O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti uma espada te traspassará a alma. MT 2,22-35 O Evangelho da quinta feira da oitava de natal nos introduz no templo de Jerusalém para a belíssima cerimônia da apresentação de Jesus. A Lei rezava que todo primogênito do sexo masculino deveria ser consagrado a Deus, para isso tinha um ritual próprio, onde as famílias, conforme suas posses ofereciam o animal para o sacrifício, os mais pobres ofereciam um par de rolas ou dois pombinhos, como fez José e Maria. Para além da apresentação, temos nesse cenário a figura de Simeão, que toma o menino Jesus em seus braços e faz uma belíssima oração e igual profecia. A primeira e grande lição que aprendemos com o velho Simeão é a de nos deixar mover pela graça de Deus, pela ação do Espírito Santo. Simeão podia está em qualquer lugar nesse momento, entretanto, movido pelo Espírito de Deus, ele é conduzido para o templo. A graça divina nos conduz para a salvação, para o encontro com o Senhor Jesus. O Catecismo da Igreja nos afirma que “ninguém pode chegar ao conhecimento de Jesus, se não for tocado pelo Espírito Santo”. É o Espírito que desperta o nosso ser para o encontro com Jesus. O Simeão não conhecia a história de José e de Maria, não sabia dos fatos que tinham acontecido nos últimos 40 dias, mas levava a serio a promessa de Deus em relação ao Messias, por esse motivo o Espírito lhe dá o conhecimento de Jesus Cristo. Outro fato importante: Simeão cultivava a virtude da Esperança! Apesar da idade avançada, sem força a física da mocidade, ele vivia sobre o sinal da promessa de Deus. O próprio Deus lhe havia prometido que não morreria sem colocar os olhos no Salvador, ele venceu limitações, doenças, provações e tantos outros obstáculos, motivado por essa promessa de Deus. Muitas vezes nós abortamos os sonhos de Deus, os desejos Dele para nossa vida porque não sabemos cultivar a virtude da Esperança, ou porque não fazemos do Senhor Jesus a razão de nossa Esperança. Em muitas vezes, nós pensamos que Jesus é uma ponte que devemos atravessar para chegar a nossos objetivos, não, definitivamente Ele não é uma ponte, Ele é o caminho que devemos percorrer é o objetivo que deve ser encontrado, tudo mais virá por acréscimo como Ele mesmo nos ensina em sua Palavra. É preciso levar a serio essa profecia de Simeão: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel” Causa de queda e de reerquimento, tudo dependerá do valor que dermos a ele em nossa vida. Hoje temos a grande oportunidade de termos o nosso Salvador, não em um presépio esquecido em um canto de nossa casa, mas no recôndito de nosso coração. Que Jesus nascido de Maria seja nosso bem maior!
29/12/2011

domingo, 25 de dezembro de 2011

É NATAL DE JESUS! FESTA DE ALEGRIA, ESPERANÇA E LUZ

Natal do Senhor – Primeira leitura: IS 52,7-10 – Segunda leitura: Hb 1,1-6 – Evangelho: JO 1,1-18
O profeta Isaias, profeta da esperança, nos envolve agora em uma atmosfera de alegria. Em sua profecia, ele nos chama a olhar para os montes e enxergar a beleza dos pés daquele que vem anunciar a paz, pregar o bem e a salvação e instaurar o Reino. Os vigias de Israel outrora em tom de lamentação convidará o povo a olhar para os montes para ver os pés arrogantes do inimigo que os levaria ao mais longo exílio, são os mesmo que desperta o povo, para ver o Senhor que vem celebrar a paz. Portanto é hora de alegria, pois o Senhor vem para nos consolar e resgatar nossa dignidade humana. Deus que Fe várias formas revelou sua presença entre os homens, mas que agora dá ao homem a plenitude da revelação, não uma revelação transitória, mas definitiva. Deus que se revela plenamente na encarnação do seu Filho Jesus Cristo, esplendor de sua glória. Esse mesmo Deus, que na aliança do Sinai, celebrada com Moises, não lhe permite ver o seu rosto, agora revela para o homem o seu esplendor e a plenitude de sua divindade, não em Palavra tatuada na pedra, mas Na Palavra encarnada na nossa realidade. Palavra eterna que estava junto de Deus, Palavra que era Deus, Palavra da qual deriva tudo que existe, pois nada foi feito sem Ela. Agora na plenitude dos tempos a Palavra divina se fez carne, para redimir, restaurar e levar a plenitude nossa humanidade corrompida pelo pecado. Natal é tempo de esperança é festa de Luz. É o próprio Deus que na pessoa de seu Filho Jesus Cristo vem romper com as trevas que nos circundava. “E a luz brilha nas trevas e as trevas não conseguiram dominá-la”. Quão bela e profunda é a frase que se ouve na oração eucarística na vigília de natal: “o céu e a terra trocam seus dons”. Deus que por sua misericórdia entrou no redil da humanidade pela porta da encarnação, tem agora junto de si no céu, na sua luz que até então era intransitável por nós, a nossa frágil humanidade. O céu e a terra agora se conhecem, como num perfeito casamento, o humano e o divino habitam a mesma tenda. É interessante como se celebrava o casamento no antigo Israel. A filha mulher, ganhava do seu pai ao nascer uma tenda com herança, era tudo que ela tinha. No dia do casamento, o varão que a tinha escolhido para sua esposa, entrava em sua tenda e ali a desposava. Foi o que aconteceu com Rebeca, quando ela foi escolhida para casar com Isaac filho de Abraão, não podendo ela levar sua tenda na longa viajem que fez, ganhou de presente a tenda que era de Sara, sua sogra. O texto sagrado afirma que Isaac introduziu Rebeca na tenda que era de Sara sua mãe, e ela tornou-se sua esposa muito amada. É desse ato de entrar na tenda, que vem para a nossa língua o verbo “entender”. O divino entendeu-se com o humano. O Verbo de Deus se fez carne, ou seja, armou sua tenda entre nós, entrou na tenda humana, de fato contemplamos a sua glória, Aleluia!

sábado, 24 de dezembro de 2011

É NATAL!

É Natal!
Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal. Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria. Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, à glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. O anjo, porém, disse aos pastores: Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura. E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da coorte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados. Hoje o Evangelho nos chama para sermos contemporâneos dos pastores de Belém, deixa-nos envolver pela glória de Deus e enchermos, ouvido e coração dessa notícia angelical: “Nasceu para vós um salvador”! O que era para ser um anúncio para todos, tornou-se exclusividade dos pastores de Belém, não porque o amor de Deus é excludente, ele é exclusivo e preferencial, mas não excludente. Todo o povo de Israel esperava pelo Messias prometido, todos os dias ficavam vigilantes esperando os acontecimentos previstos pelos profetas que antecediam a vinda do libertador. O problema dos lideres religiosos de Israel é bastante comum nos dias de hoje, eles estavam à espera dos sinais espetaculosos e não perceberam quando Deus se manifestou na simplicidade dos fatos. Fatos simples e verídicos, que precisa de simplicidade de coração para compreendê-los e aceitá-los. O primeiro sinal que eles não compreenderam, foi em não ver na virgem simples e pobre, da região da Galiléia, da quase excluída Nazaré, a mulher na qual se cumpriria a promessa de Deus, guardada no livro do Genesis. O Messias só poderia nascer da mulher da promessa, da nova Eva, que não sucumbiria à voz do tentador, mas se tornaria escrava da vontade de Deus Estavam esperam uma mulher com sinais externos da realeza, Rainhas trajando belos vestidos, braceletes e colares de ouro, como muitas e habitaram o palácio dos Reis de Israel nos tempos áureos da monarquia davídica; e não conseguiram ver em Maria as virtudes com as quais Deus a ornou. A grande tragédia estava reservada para acontecer em Belém. Quando José chegou a cidade, com sua esposa grávida, em trabalho de parto, batendo de porta em porta, de pensão a hotel, de casas mais simples a mansões, não encontrou hospitalidade no coração dos homens e das mulheres de Belém. O Messias veio, mas eles não o reconheceram, o fato de não encontrar lugar na hospedaria, foi porque antes ele não encontrou lugar no coração humano. Por esse motivo José e Maria se dirigem para o pasto, vão para o meio dos pastores, pessoas tão excluídas do convívio social, que nem sabiam do recenseamento ordenado pelo imperador romano. O menino Jesus nasceu no mesmo lugar onde o profeta Samuel mandou buscar o Jovem Davi para sagrá-lo Rei de Israel: no meio das ovelhas, entre os pastores de Belém, ou seja, no lugar onde ninguém esperava. Jesus nasceu em um lugar simples, pobre, mas porém limpo, Maria fez a criança repousar em uma manjedoura, lugar em que os animais de alimentavam, mas primeiro ela e Jose, limpara aquele local. Tomara que nesse natal, a graça de Deus purifique o nosso coração, transformando-o em um lugar simples, pobre e puro, onde o Menino Jesus encontre espaço para crescer. 24/12/2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Aprendendo a ser amado

Marco 6,30-32 Este trecho guardado pelo Evangelista Marcos é muito sugestivo e bem apropriado para darmos inicio a pregação desse dia. O tema dessa manhã é: aprendendo a ser amado. Pode até parecer estranho, mas este fato é bem comum entre nós. Precisamos nos deixar amar pelo Senhor Jesus. Geralmente nós nos esforçamos muito para amar o senhor e a missão que ele nos confiou, esse deveria ser um fato natural, fruto do amor que dele recebemos no cotidiano de nossa vida. Nesse texto temos um fato que acontece, senão todos os dias, quase todos os dia em nossa vida. “os apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-lhe tudo que havia feito e ensinado.” (MC 6,30) Atarefados como somos o que não nos falta e o que contar para o Senhor Jesus. Em nossas agendas o que não falta é encontros, pregações e reuniões que absorve nosso tempo. Imagino aqui a paciência de Jesus em escutar os relatos. Eram tantas curas, pessoas transformadas pela pregação, a várias libertações que aconteciam quando eles ministravam encontros, retiros, viagens missionárias e tantos outros. Prestem bem atenção essa e a nossa rotina, senão de todos, pelos menos da maioria que aqui se encontra. Vamos recorrer ao texto paralelo a este, guardado pelo evangelista Lucas, assim vamos entender melhor. “Voltaram os setenta e dois alegres dizendo: Senhor até os demônios se nos submetem em teu nome.” (LC 10, 17) Notemos dois pontos importantes registrado por Lucas, enquanto os apóstolos e discípulos narravam a Jesus os fatos extraordinários da missão, percebe-se um semblante de alegria. Eles estavam verdadeiramente envolvidos em um clima de alegria, ao falar não economizavam sorriso e boas gargalhadas, isso era notório! Agora o que precisamos perceber era qual o motivo de tanta alegria, qual era o agente motivador de tanta felicidade, o que de fato levava satisfação a alma desse abnegados servos do evangelho. “Senhor até os demônios se nos submetem em teu nome.” O motivo de tanta alegria era a “obra” que eles faziam, embora reconhecessem que era no nome de Jesus. Esse é o grande risco do ativismo religioso, fazer da obra a causa de nossa alegria em detrimento do Senhor da obra. Nós podemos caminhar vários anos motivados pela alegria que o ministério nos proporciona, mas quando esse entusiasmo nos é tirado nós nos perdemos juntos com a obra que fazemos. Essa inversão de valores acontece ainda no momento de nosso chamado, nós nos prendemos aquilo que trás um brilho imediato aos olhos e não atentamos para os pequenos detalhes que nos levam a experiências profundas. O grande exemplo disso para nós é a experiência vivida pelo príncipe dos apóstolos no ato de seu chamado. Vamos atentar aos detalhes do chamado de Pedro. “... Levou-o a Jesus, e Jesus fixando nele o olhar disse: tu és Simão filho de João; serás chamado Cefas, que quer dizer pedra.” (JO 1,42) Novamente vamos recorrer a uma citação paralela para entendermos melhor a situação. Marcos capítulo um verso dezessete esta no mesmo contexto da passagem do evangelho de são João: o chamado de Pedro “vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens.” No chamado que salta de imediato aos olhos de Pedro era a novidade da missão, ser pescador de homens. Pedro deve ter pensado no ganho que tal missão lhe traria; seria conhecido, elogiado, iria conhecer cidades e até outros países. Para um cidadão pobre e sem cultura como ele tudo isso seria um grande ganho emocional. Essa missão era uma massagem no seu ego. Daí poderá entender a atitude egoísta de Pedro no monte da transfiguração. “Mestre e bom estarmos aqui, faremos três tendas: uma para ti, outra para Moises e outra para Elias.” (MC 9,5) só pensava no seu próprio bem e não nos dos outros. Voltemos nossa atenção ao texto do evangelista João; olha só o primeiro detalhe, antes de qualquer palavra vamos observar o gesto de Jesus. “Fixando nele o olhar.” Pedro não percebeu toda carga de amor contida no olhar de Jesus. Jesus não lança um olhar vazio como nós muitas vezes nós fazemos. O olhar do Senhor é carregado de amor, transborda amor. O jovem rico que queria possuir a vida eterna interroga Jesus sobre o que ele devia fazer para ter direito a tal; antes de lhe mandar vender tudo para segui-lo, o texto afirma que “Jesus fixou nele o olhar, amou-o.” (MC 9,21) se não ficarmos atentos a esse detalhe fundamental nós perdemos o melhor momento de nosso chamado e que com certeza prejudicará nossa missão. Eu não estou dizendo que não podemos nos alegrar com a missão, nem estou dizendo que é proibido se satisfazer dela, mas ela não pode ser o motivador. Irmãos isto é tão claro, temos vários exemplos pertos de nós para entendermos isso, sem contar os vários exemplos que podemos recorrer na sagrada escritura. Porque o reinado de Saul foi um fracasso para Israel? Porque ele naufragou em sua missão? Será que ele não foi uma escolha de Javé? Claro que foi! O problema é que Saul não fez uma profunda experiência do amor de Javé como seu sucessor Davi. O que brilhou forte diante dos olhos de Saul foi o trono que era fugaz, por isso em seu desastrado reinado ele foi incapaz de se satisfazer com as ordens que o Senhor lhe dava. Quando o senhor lhe falava derrota os filisteus destroem tudo que ele tem, não trás nada de La; ele derrotava o inimigo destruía tudo que não tinha valor, e o que era de valor ele trazia para ele, ou seja. Era um eterno insatisfeito. Mas vamos voltar à escola de Pedro, em certa ocasião Pedro disse para Jesus que mesmo que Jesus fosse ocasião de queda para todos, para ele não seria, Jesus lhe respondeu: “antes que o galo cante, tu me terás negado três vezes” ao que ele respondeu que se fosse necessário morreria por Jesus. Nós já sabemos que de fato ele negou, mas vamos nos deter em um detalhe que aconteceu durante a negação. “Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra do Senhor. Hoje antes que o galo cante negar-me-ás três vezes. Saiu dali e chorou amargamente.” (LC 22,61-62) Voltando-se o Senhor olhou para Pedro. Novamente a história do olhar, é Jesus que toma a iniciativa de caçar Pedro com seu olhar pleno de amor. O texto também afirma que Pedro chorou amargamente, o choro para Pedro é amargo, porque não é fácil para qualquer pessoa reconhecer seu erro e derramar diante da pessoa ofendida todo seu orgulho. É bom a gente entender que Pedro não se arrependeu, ele foi levado ao arrependimento, isso é bem diferente. Nós somos incapazes de nos arrependermos, o muito que conseguimos é ter remorso, ou seja, reconhecer o erro, Judas Iscariotes reconheceu seu erro, no entanto morreu, porque não se sentiu perdoado. O arrependimento leva a humildade e ao pedido de perdão, o remorso leva ao orgulho, o orgulho a morte. Pedro não chora porque ele traiu, ele chora foi a quem ele traiu, quando Jesus olhou para ele, ele percebeu o mesmo olhar carregado de amor do momento de seu chamado, agora em circunstancias diferente, não mais no entusiasmo inicial, mas no momento de fracasso, de quebra de promessa que ele havia feito a Jesus Porque muitas vezes abandonamos o ministério e abandonamos também o Senhor? Porque quando o entusiasmo tem como motivador o ministério, a obra ele passa. O que não passa é o amor que Jesus tem por cada um de nós. O entusiasmo passa, mas o amor de Jesus por nós e nosso amor por ele nos leva a exercer o ministério por amor. Jesus quer nos curar aqui hoje, a partir da experiência do seu amor. Muitas vezes nós nos sentimos envergonhados perante o Senhor, por no auge do nosso chamado fazemos tantas promessas e juras de eterno amor a ele; mas quando o tempo passa e nós vamos experimentando o peso de nossa fragilidade e de nossos pecados, ai temos vergonha de cruzar nosso olhar com o olhar amoroso daquele que nos chamou para si desde o seio de nossa mãe. Irmão (ã) é preciso deixar-se transpassar por esse amor divino de Jesus, que o nosso amor humano muitas vezes é incapaz de compreender. Vamos retomar o texto de marcos que usamos para iniciar essa pregação para poder finalizar a mesma. “Vinde à parte para um lugar deserto e descansai um pouco.” (MC 6,31) Esse encontro arquidiocesano de pregadores é o deserto, no meio dele se encontra um oásis de graça e amor: O coração de Jesus. Vamos dele nos aproximar é embriagar do seu amor.

domingo, 18 de dezembro de 2011

QUARTO DOMINGO DO ADVENTO

Quarto domingo do advento. Primeira leitura 2 Samuel 7,1-5.8b-12. 14ª. 16 – Segunda leitura RM 16,25-27 – Evangelho LC 1, 26-38. A liturgia desse quarto domingo do advento me faz recordar a primeira vez que eu fui assistir uma apresentação teatral. Tudo para mim era mistério, eu não conhecia si quer o interior de um teatro. Quando eu entrei, não tive boa impressão, estava tudo na penumbra, uma cortina avermelhada velava o palco e uma música orquestrada quebra o silencio e aumentava minha expectativa para o inicio da apresentação. Aos poucos começa aumentar o volume da música, também se ouvia o barulho dos trilhos da cortina se abrindo e aos poucos aparecia diante de meus olhos um cenário maravilhoso com uma luz intensa a espera dos atores. Paulo, na carta aos Romanos dá glória a Deus, que por meio da pregação do Evangelho a ele confiado; revela ao mundo o mistério que estava em sigilo desde todo sempre. Deus pela pregação de Paulo, que anunciava Jesus Cristo, abre a cortina para que o mistério da encarnação do verbo chegasse ao conhecimento de toda humanidade. Desde a queda do homem no paraíso, Deus promete a homem uma intervenção salvífica e ao longo da história da Salvação, Ele vem preparando esse acontecimento, sobre o véu do mistério, mistério esse, que estava sendo guardada na sagrada Escritura. Através dos acontecimentos no cotidiano do povo da antiga aliança Deus vai preparando o cenário para cada ato dessa grande apresentação. No desejo de Davi em construir uma casa digna que abrigasse a Arca da Aliança, que era o grande sinal da presença divina no meio do povo, Deus lhe surpreende com uma palavra profética vinda da boca de Natã: “Fui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra”. Deus faz Davi perceber que é Ele, foi quem tudo fizera. Que é o próprio Deus que no meio da história humana, vai construindo a história da salvação, portanto ninguém melhor que Ele para construir sua própria casa e perpetuar sua presença no seio da humanidade, alvo predileto de seu amor. Para isso conclui a profecia de Natã: “Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre” No Evangelho, Lucas começa abrindo as cortinas e nos fazendo conhecer o mistério a tanto escondido. O anjo Gabriel que entra na presença da Virgem e revela a ela o projeto de Deus, guardado a tempo e ao mesmo tempo sendo preparado para acontecer naquele momento da história humana. Maria fica perturbada com a saudação do anjo, certamente pensando que ele tinha errado de endereço, ela não se achava merecedora da grandeza de tais palavras: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”! Maria a plena da graça de Deus, ouve atentamente da boca do anjo o projeto de Deus, que nela haverá de se concluir de maneira plena. Em seu seio puríssimo o Verbo Divino tornaria se humano, Deus não queria mais está presente no meio do seu povo através de objetos que o simbolizava como a Arca da Aliança, mas por meio de seu Filho Amado. A Palavra de Deus que de maneira mística encanou-se no coração de Maria, agora espera o seu Sim, para encarnar-se de fato em seu seio. Maria só tem uma dúvida: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum”? Ao que o anjo lhe responde, “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus”. Tomando conhecimento de como o fato aconteceria, a Escolhida de Deus, desde toda eternidade, responde com toda liberdade: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”, tornando se assim esposa mística do Espírito Santo e consequentemente a mãe do Verbo Encarnado. Assim como a Virgem Maria fez, todos nós os batizados somos chamado a colaborar com Deus no seu projeto de Salvação. Maria trouxe o Verbo de Deus ao mundo, e todos nós pelo anuncio da boa nova, somos convocados a mostrá-lo presente no meio de nós, dando sentido divino nossa trajetória humana! Para que esse anúncio seja eficiente e eficaz, Deus quer derramar sobre nós a graça do Espírito Santo, para isso Ele espera a abertura de nosso coração.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CARTA DE AMOR

Deus ama você! Meu irmão em Cristo Jesus, eu não sei como você está nesse momento, nem como se sente, mas de uma coisa eu tenho certeza: Deus ama você muito. Deus mesmo afirma-te isso: “Eu te amo com amor de eternidade”. (JR 331,3) Você não é um estranho para Deus, Ele de modelou no seio materno e te chamou pelo nome e disse: “Tu és meu”. (IS 43,1) Quanta alegria deve sentir agora, pois mesma que alguma tristeza, queira lhe abater, nunca se esqueça de Deus é seu Pai e te ama muito e quer a sua felicidade Não importa quem você é, ou como está agora. Deus está te amando, basta abrires o coração e tomar posse desse amor, para que a paz e a alegria sejam restabelecidas em sua vida. O pecado nos impede de sentir o amor de Deus Olhando ao seu redor, diante de tantas realidades difíceis, como: violência, droga doença, desemprego e dificuldades financeiras, que atinge diretamente sua vida e sua família, outros dramas que atinge a humanidade, talvez você já tenha feito essa pergunta: “Se Deus é amor, porque existe tanto sofrimento no mundo”? Na verdade meu irmão, o que nos impede de sentir o Amor de Deus e viver a vida plena que Ele quer nos dar é o meu pecado e o seu pecado. O Apóstolo Paulo afirma na Carta aos Romanos 3,23 “todos pecaram e estão privados da glória de Deus”. Portanto, o pecado é de fato um abismo que nos separa de Deus, um obstáculo a minha felicidade e a sua felicidade Jesus já te salvou! Não temos força para romper o abismo do pecado e restaurar em nós o amor de Deus, mas Deus encontrou uma forma de nos salvar, e de ficar em nosso meio. Ele enviou seu Filho Jesus Cristo. “De fato Deus amou tanto o mundo, que lhe deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jesus se encarnou no seio da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo, assumiu a natureza humana, tomou sobre si os pecados da humanidade. Aceitou ser flagelado por nossos crimes e na cruz ofereceu sua vida como sacrifício de reconciliação, derramando o sangue para nossa libertação. De fato ele morreu por nossos pecados, mas Deus o ressuscitou dos mortos e o exaltou a sua direita constituindo-o Senhor e Messias (Cf Atos 2,36) Meu irmão, você é uma pessoa salva por Jesus, aceite a salvação e sinta-se plenamente alegre. Creia em Jesus e mude de vida Você é tão importante para Deus, que Ele habita em você, “acaso não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós”? É preciso que você acredite em Jesus e na sua Palavra. Somos chamados a uma mudança de vida, a uma conversão sincera a vontade de Deus, vejamos o apelo da Palavra de Deus: “Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam apagados” (AT 3,19) Creia no Senhor Jesus, troque a vida velha pela vida nova que Ele hoje te oferece! Receba o Espírito Santo! Deus na sua infinita bondade e misericórdia, sabendo Ele de nossas limitações, enviou aos nossos corações o dom do Seu Espírito Santo. São Paulo nos afirma o seguinte: “ E a prova que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba Pai”. (GL 4,16) É o Espírito Santo que nós permite professar e viver o senhorio de Jesus em nossa vida, assim como está escrito na primeira carta de Paulo aos Corintios 12,3 “Ninguém será capaz de dizer, Jesus Cristo é o Senhor, a não ser sob a influencia do Espírito Santo”. O Espírito Santo, por influxo de sua graça, desperta em mim e em você a fé e o desejo de viver uma vida nova em Cristo Jesus Viva em comunidade Com o derramamento do Espírito Santo, Deus não terminou sua obra de transformação em nossa vida, Ele apenas iniciou. O desejo de Deus é que tanto eu, quanto você reflita no mundo o rosto de Cristo, assim como Cristo reflete o rosto de Deus Pai. Deus não só transforma os corações, Ele forma um povo santo para a celebração de sua glória. É na comunidade cristã que formamos o corpo místico de Cristo. (Cf 1COR 12,12-14 e pela prática da caridade crescemos em todos os sentidos em Jesus Cristo a cabeça. (Cf EF 4,15; EF 4 7,16) Na comunidade partilhamos os dons e experimentamos a alegria de servir.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Iniciativa do anúncio

Vou começar citando o número 222 do documento 61 da CNBB. “A tarefa fundamental para qual Cristo envia seus discípulos é o anúncio da boa nova”. Veja bem, tarefa fundamental. Está no fundamento de tudo mais que a Igreja possa e deva realizar. Sem esse fundamento tudo que construímos pode vir a desmoronar. Recordo de um fato acontecido no ano de 1989. Uma senhora que era de uma igreja evangélica pentecostal, foi até a Conferencia Vicentina pedir ajuda para reformar seu barracão, cujo, parte tinha sido destruída pelas chuvas. Alguém que a conhecia perguntou a ela: “mas você e crente, o que está fazendo aqui na conferencia”? Ela respondeu: “lá eles sabem pregar e orar pelas pessoas. eu sinto-me muito feliz freqüentando o culto, aqui eles sabem construir casa de doar cesta básica”. É claro que em nenhuma das duas situações respondiam os anseios do coração daquela mulher, mas o fato que me chamou atenção era que no nosso caso a evangelização kerigmática não estava no fundamento da ação. Jesus tinha saído da Judéia e voltava para a Galiléia, nesse trajeto era preciso passar por Samaria, na cidade de Sicar, ele parou nas terras que José tinha herdado de seu pai, o patriarca Jacó. Cansado da viajem, ele sentou junto ao poço de Jacó. Quanto aproximou uma mulher da Samaria para buscar água. Enquanto isso os discípulos de Jesus, tinham ido a cidade comprar alimento. (cf Jo 4,1-6) O primeiro fato que vou abordar aqui é a atitude dos discípulos. Com certeza eles cruzaram o caminho dessa mulher, entres eles saírem para a cidade e ela vir ao poço, ambos ficaram quase que frente a frente no caminho. Mas pelo que parece eles nem perceberam aquela mulher. Estavam tão preocupados com o que era acidental, ou secundário que não atentaram para o fundamental, para aquilo que de fato eles foram chamados a fazer. Os discípulos poderiam pelo menos dizer para ela: “Lá no poço tem um homem que vai mudar a sua vida, que quer curar toda sua história sofrida”. Infelizmente essa atitude é mais comum do que imaginamos, ainda não aprendemos a priorizar o que é fundamental na missão de evangelizar. Preocupações secundárias têm nos impedidos de ver a necessidade real de salvação do homem moderno. Retomando o texto Sagrado vamos agora observar a atitude de Jesus em relação à samaritana, “Veio uma mulher da Samaria buscar água. Jesus lhe disse: dá-me de beber”. (Jo 4,7) A mulher veio, tirou água no poço e nem se quer cumprimentou Jesus, que já se encontrava no local, quando ela ia saindo como entrou, calada; Jesus tomou a iniciativa do diálogo: “dá-me de beber”. Jesus agiu assim, porque a iniciativa de salvação é de Deus. Atentamos para o que João escreve em sua primeira epístola: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou seu Filho como oferenda de expiação pelos nossos pecados”. (1Jo 4,10) Assim também o evangelizador deve tomar a iniciativa do anúncio. Muitas vezes as pessoas estão tão sofridas e decepcionadas que se quer procuram saída para resolver suas crises. Não interessa de onde tenhamos que partir, contando que seja nossa a iniciativa do diálogo que conduz o outro a salvação. Mesmo que tenha que partir de uma necessidade do evangelizador, como foi Jesus nesse caso. Ele de fato tinha sede, e partiu desse pressuposto para evangelizar aquela mulher. Esse foi o meio que Jesus encontrou para provocar aquela mulher, para fazê-la reagir. Diante do pedido de Jesus ela então responde: “como tu sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana”? (Jo 4,9) Nesta fala, ela manifesta a Jesus toda sua revolta, expõe a ele a ferida do seu coração. Sentia se discriminada pelos judeus pelo fato de ser mulher e samaritana. E antes de chegar ao poço essa ferida tinha se agravado ainda mais, pela atitude de indiferença dos discípulos que ignorou ela no caminho. Conhecer a necessidade realidade Jesus então respondeu: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: dá-me de beber, tu é que lhe pedirias, e ele te daria água viva”. (Jo 4,10) Jesus se mostra aqui um profundo conhecedor da necessidade humana, de fato ele sabia de que aquela mulher precisava. O evangelizador precisa ficar atento a necessidade principal do homem e da mulher, destinatários de seu anúncio. Caso contrário, será uma evangelização desvinculada da realidade, portanto não trará saciedade ao coração. Jesus sabia que ela tinha sede, e sabia também que a água que ela buscava era incapaz de saciá-la. Jesus não faz crítica a ela, nem a condena por está buscando algo que não sacia, mas lhe oferece uma água viva. Mas para ter acesso a essa água vivificante era necessário conhecer o dom de Deus e conhecer aquele que dialogava com ela. O que Jesus estava dizendo para ela, era que a água que jorrava dos altares de Betel e Dã, construídos pelo Rei Jeroboão não resolvia nem preenchia seu vazio existencial, não saciava sua sede de amor, tanto que ela pergunta: “onde tens dessa água viva”? (Jo 4,11) Jesus apontando para o poço lhe diz: “todo o que beber dessa água, terá sede de novo” (Jô 4,13) Disso ela bem sabia, pois sempre tinha necessidade de voltar ali. O evangelizador é aquele que sabe separar o homem dos altares onde ele pensa esta saciando sua sede de eternidade. Infelizmente o que tem se visto é alguns evangelizadores preocupados e quebrar altares com os ídolos modernos, sem antes resgatar o homem que está prostrado diante deles. Além de não destruir os altares, tiramos do homem a possibilidade de salvação. Hoje estamos vivendo em uma sociedade que constrói nas esquinas altares para saciar o vazio e a sede existencial do homem moderno, nunca o homem foi tão escravo do prazer e de um prazer egoísta que o faz pisar em valores fundamentais e essenciais a vida. O pior é que ele não percebe que esse prazer desenfreado pelo que é passageiro faz dele um objeto descartável, tira-lhe o direito da eternidade. Alternativa eficiente O evangelizador é aquele que tem a alternativa correta, eficiente e eficaz para oferecer ao homem sedento de amor e paz, “mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna”. (Jo 4,14) Jesus mexe em outra ferida dessa mulher que era muito dolorosa para ela, quando ele a ordena: “Vai chamar teu marido e volta aqui”. (Jo 4,16) Mas não tocar nesse assunto era deixar a ferida sem cauterizar. A mulher responde: “Eu não tenho marido”. (Jo 4,17a) Jesus não disse que ela estava mentindo, nem a recriminou pelo fato de ter tido 5 maridos, o que agora está com ela, não era seu esposo. Vamos fixar na primeira frase da réplica de Jesus a fala dessa mulher: “Disseste bem…” (Jo 4,17b) Essa mulher tinha muitos defeitos, deveria ser recriminada pelos próprios samaritanos, todos que a olhavam só viam defeitos, mas Jesus se agarra na única virtude que ela deveria ter, “disseste bem” nesse contexto essa frase tem uma conotação de: você é sincera, você está falando a verdade. Onde todos viam defeitos Jesus viu virtude. Isso foi fundamental para a conversão e cura dessa mulher. Jesus é tão convincente na sua abordagem, que a samaritana troca a água que ela estava acostumada a beber, pela água que esse desconhecido, até então, lhe ofereceu. O evangelizador precisa provocar nos destinatários do anúncio essa sede de Jesus, que todos diante da pregação do Evangelho, possam responder como essa mulher: “Senhor. Dá-me dessa água para que eu não tenha mais sede, nem tenha que vir aqui tirar água”. (Jo 4,15)

domingo, 11 de dezembro de 2011

Terceiro domingo do Advento

Terceiro domingo do advento. Ano B
Leituras: Isaias 61,1-2ª.10-11 1Tess 5,16-24 Evangelho de João 1,6-8.19-28
As leituras desse terceiro domingo do advento nos envolvem em uma atmosfera de alegria, missão e testemunho.
Na leitura do profeta Isaias, o Servo de Javé exulta absorta na mais pura alegria, pois o Senhor havia feito repousar sobre ele a graça do Espírito para poder anunciar a boa nova aos humildes. O anúncio do Evangelho é o ponto fundamental do ministério profético, quando o anúncio e feito, as feridas do corpo e da alma são curadas, os cativos, dos traumas e complexos são libertos, os que estão presos em sentimentos negativos são soltos e os cegos que não conseguem ver a beleza da vida passam a enxergar.
É preciso, no entanto, que nós os batizados, tenhamos consciência que somos portadores de um bem incomensurável: o dom do Espírito Santo. O Espírito repousa sobre nós é nos torna arautos do Reino, Ele, o Espírito, coloca em nós corações uma mensagem de paz, para proclamarmos com nossa vida e nossos lábios. É momento de anunciar o “tempo da graça do Senhor.”
Paulo, na primeira carta aos Tessalonicenses, não só reforça o convite a alegria, mas nós da o roteiro para perseveramos nela. “Rezai sem cessar.” Esse é o caminho para a perseverança no estado de alegria. A oração é o meio de estreitarmos nosso relacionamento com Deus, de nos tornarmos conhecedores de sua vontade. A oração que tem um de seus pontos a ação de graças e agradecer a Deus em todas as circunstancias de nossa vida. Não somente quando os ventos são favoráveis, mas quando eles sopram ao contrario, comprometendo nossa viagem no mar da vida.
João Batista é o exemplo para nós, os fariseus estavam atrás de alguém que tinha títulos: Messias, Elias e Profeta. Para o Batista, o importante não era os títulos, mas o testemunho daquele que ele experimentou, antes mesmo de conhecê-lo fisicamente. O que credencia João como evangelizador, não eram os títulos, mas o testemunho que ele trazia. Que evangeliza, não pode ser apenas um portador de palavras, mas portador de testemunho, alguém que tenha feito sua experiência pessoal de Salvação em Cristo Jesus
João se dizia voz que clama no deserto, sim isso mesmo, ele dava voz a Palavra poderosa que nasceu do ventre de Maria. O evangelizador é apenas a voz, mas não uma voz estéril, ou uma voz que ressoa uma palavra puramente humana, mas a voz que ressoa a Palavra de Deus encarnada, Palavra que se humanizou sem deixar de ser divina.
Como João, o Batista, nós somos chamados a mostrar Jesus presente no meio do povo!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Segundo Domingo do Advento

Segundo domingo do advento – Primeira leitura Isaias 40,1-5. 9-11. Segunda leitura 1Pd 3,8-14. Evangelho MC 1,1-8

A profecia de Isaias nesse segundo domingo do advento é como a introdução de um texto. Quando vamos ler um livro, a introdução do mesmo é muito importante, pois podemos ser motivados a ler, ou não, caso a introdução não seja motivadora. A introdução precisa nos mostrar em traços rápidos as maravilhas que vamos experimentar ao longo do desenvolvimento da leitura.
A Igreja vivendo o seu carisma profético é sem dúvida essa alegre mensageira que sobe a alta montanha para anunciar a esperança nesse tempo de advento. Como em um novo êxodo somos chamados a abrir um caminho novo, a rasgar não mais o mar vermelho, ou tão pouco o deserto ardente, mas o nosso coração. Nesse novo caminho que se abre, não somos nós que marchamos para entrar na terra da promessa, mas a terra da promessa é que entra em nosso coração, em nossa realidade humana.
Em sua carta apostólica, Pedro nos indica o caminho da conversão como meio de vivenciar toda plenitude dessa promessa de Deus. Ao mesmo tempo em que nos indica o caminho da conversão ele nos mostra quatro pontos fundamentais para esse ato: “sede compassivos, fraternos, misericordiosos e humildes”. Observando esses quatro pontos em nosso cotidiano, vamos está vivendo como filhos da promessa, herdeiro das bênçãos divinas.
A conversão é o grande apelo da pregação de João Batista, pois a falta de arrependimento é o grande obstáculo que nos impede de experimentar a novidade de Deus em nossa vida. O destaque no ministério de João é sem dúvida nenhum o batismo, pois ele marcava o fim de um comportamento pecaminoso e o inicio de uma vida nova.
João em sua profecia, aponta-nos para a grande novidade: “depois de mim vem aquele que é mais forte do que eu”. É como uma apresentação teatral, onde o contra regra fecha a cortina de um cenário e abre o novo cenário para continuidade do espetáculo. João mostra o Verbo encarnado, Jesus Cristo o Filho de Deus. Jesus é o céu da promessa que entra na terra de nossa escravidão para dar-nos a liberdade de filhos de Deus.
Portanto, não podemos mais adiar nossa conversão, Deus em sua infinita misericórdia se revela plenamente a cada um de nós pela encarnação de seu Filho Jesus Cristo. Preparemos então um caminho novo, vamos endireitar nossa vereda, para que o Senhor entre definitivamente em nossa existência.

domingo, 27 de novembro de 2011

primeiro domingo do advento

Primeiro domingo do advento. Ano B - 27/11/2011
Primeira leitura: profeta Isaias 63, 16b-17.19b, 64,1-7. Segunda leitura 1COR 1,3-9. Evangelho: MC 13, 33-37
Nesta leitura o profeta destaca a oração do povo repatriado, após longo tempo no exílio. Agora esse povo enfrentava a dura realidade da reconstrução de Jerusalém, não somente a reconstrução da cidade de pedra, mas, sobretudo da Jerusalém viva, do corpo Profético, que alicerçados na fé deveriam reconstruir a comunhão com Javé.
A oração está dividia em três partes que retratam os sentimentos predominantes no coração do povo recém chegado a capital teocrática: Solidão, reconhecimento do seu pecado e esperança no cumprimento da promessa feita por Javé.
A solidão encontrava razão de ser no coração daqueles que conservava no coração a Jerusalém antes do exílio. Apesar de anos a fio de exílio, de distanciamento do templo, da liturgia, o castelo erigido pela fé permanecia intacto. Mas a Jerusalém real não era se quer sombra dessa cidade cultiva e conservada pela na presente no coração.
O reconhecimento do ser pecador era justamente porque o povo e acima de tudo a liderança religiosa não tinha dado ouvido a palavra de Deus pela boca dos profetas que os chamava a uma verdadeira conversão
No momento presente tanto a solidão como o reconhecimento do pecado, deveria se apenas um trampolim para arremessar o povo para a esperança na promessa de Javé. Não podemos deixar esses sentimentos transformarem em depressão e sentimento de culpa que como pesadas pedras, amarradas os nossos pés nos arrastem para o fundo do mar.
É justamente isso o tema do trecho da carta de Paulo aos Corintios. (1COR 1,3-9) Ele agradece a Deus o efeito produzido pelo anúncio do Evangelho no seio daquela comunidade. A Palavra de vida acolhida no coração do povo produziu esperança. Os do Espírito Santos eram abundantes, tanto os da ciência como os da palavra. Esses dons cultivavam na comunidade a esperança na manifestação definitiva de Deus de a concretização de sua promessa.
Na parábola contada por Jesus no Evangelho, Ele mostra-nos a necessidade de permanecemos vigilantes. Somos os servos do Reino, os quais o Senhor confiou à tarefa da restauração do Reino no meio em que vivemos.
É bom atentarmos para um fato importante, pois a um dos servos, o Senhor confiou à tarefa de ser o porteiro do Reino. O porteiro tinha uma triplica missão: manter os olhos na estrada, sempre esperando o retorno do Senhor, manter os demais servidores acordados, trabalhando na expectativa da volta do Senhor, e manter o portão fechado para que os inimigos do Reino não entrassem para destruí-lo
Às vezes pensamos que não sabemos a hora que o Senhor vai chegar, e claro que sabemos, ele disse para os servos a hora de retorno. Ele vai chegar à tarde, a noite, de madrugada, ou ao amanhecer, portanto basta ficarmos de vigília. À tarde devemos nos proteger do sol escaldante, a noite acendermos as velas, na madrugada fugirmos da cama e no amanhecer alimentarmos nossa esperança.
É hora de cultivar a esperança, não desanime. Alimentados pela promessa do Senhor Jesus caminhemos em meios as vicissitudes rumo ao Reino definitivo.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

RECORDAÇÃO

Recordação

Esse dia me trás muitas recordações, aliás, não me trás muitas recordações e sim muita recordação, pois nada foi tão marcante do que nascimento de Gislene Lopes Chaves, em dez de novembro de 1980. Esse foi o dia do seu nascimento minha filha! Foi o dia em que me tornei pai de maneira audível, visível e sensível, pois pude ouvir teu choro, ver teu rosto e sentir seu cheiro e a suavidade de sua pele.
Lembro-me bem quando cheguei à maternidade Frederico Ozanan para poder te ver pela primeira vez. Quando a enfermeira do berçário com você no colo e voltando para mim, disse: “essa é sua filha”. Meu coração quase parou de tanta emoção, fiz cara de choro, esbocei sorriso, coloquei a mão no queixo e confesso, não sabia o que falar.
Se mil vezes eu nascesse, mil vezes eu queria ser pai, pois sem dúvida essa é a experiência mais bela que o homem pode fazer, (minha opinião). Agora ser pai de uma filha como você é um dom especial de Deus. Quando eu te vi pela primeira vez, seu rosto irradiava luz, no silencio em que eu me encontrava e com o olhar cravado em você, eu dizia com a voz do coração: “meu Deus, eu sou pai da menina mais linda do mundo”. Linda no exterior e linda no interior.
Confesso que aos 18 anos de idade eu não tinha nenhuma experiência para educar uma filha, mas você foi me ensinando a abrir mão de tantas coisas ilusórias para que eu pudesse me dedicar a você. Sabe minha filha sei que não fui o pai que você merecia ter, tenho consciência que meu amor não atendeu a sua expectativa em vários momentos, mas sei que eu te amo com toda minha capacidade de amar e não hesitaria em abrir mão de minha vida para vê-la feliz.
Ver você completar 31 anos hoje, é para mim uma dádiva de Deus. Se eu for contar às vezes que tive que chamar sua atenção, ou corrigir, não dá pra encher os dedos de uma mão. Você como raras pessoas que eu vi na vida, soube ser filha, irmã e mãe. Mãe não somente do Guilherme, (maior presente que você me deu) mas mãe dos seus irmãos. Não sei se você se recorda de quando você veio falar comigo que estava grávida, eu lhe respondi: “se você for para seu filho a metade de mãe que você é para seus irmãos ele será o filho mais feliz do mundo. E não deu outra, ele é mesmo!
Com esse texto minha filha eu quero lhe desejar um feliz aniversário, que o Deus de infinita bondade, que me deu a graça de ser seu pai, te abençoe, cumule sua vida de realizações e faça acontecer os desejos mais prementes de seu coração.
Você me conhece bem, sabe que cara a cara, olho no olho, eu começaria a chorar e não conseguiria lhe dizer tudo o que eu quero dizer, aliás, nem escrevendo aqui eu dou conta, só Deus sabe o esforço que fiz para embargar as lágrimas, e quando não consegui, perdi a conta de quantas vezes esfreguei os olhos.
Para terminar, eu peço licença ao poeta para lhe dizer o que sinto: “Eu tenho tanto pra te falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você”!
10 de novembro de 2011.

Vitório Evangelista Chaves.

sábado, 25 de junho de 2011

A rua em que minha vida encostou-se à tua

Boa tarde Karoline! Como foi o FIJ? Espero que tenha sido uma benção de Deus para sua vida. Se for medir pela expectativa com a qual você esperou esse encontro, eu tenho certeza que esse encontro será um divisor de água na sua vida, um marco importante na sua história. Na verdade essa expectativa que fica nosso coração para participar de um encontro desse nível é a graça de Deus fustigando nosso coração para um encontro com ele. Deus é amor e tem uma sede insaciável de amar cada um dos seus filhos.
Bom minha filha, eu estou aqui para lhe falar algumas palavras sobre o nosso encontro, quando eu comecei a descobrir que eu tinha duas filhas que eu ainda não as conhecia; hoje especialmente quero falar de você, apesar de ainda ser o dia da Kamila, pois ontem ela entrou para a lista das pré-debutantes
Só para ilustrar vou usar o refrão de uma música cantada por Ana Carolina: “Eu só quero saber em qual rua, minha vida vai encostar na tua”. A verdade é essa minha vida encostou-se à sua. Eu tenho a certeza que nossas vidas não se cruzaram, porque duas pessoas quando se cruzam no mesmo caminho é porque elas vêm de pontos opostos, podem até parar conversar, mas depois cada uma segue seu destino. E não foi isso que aconteceu conosco, caminhávamos na mesma direção, mas em paralelas e por um designo caprichoso de Deus, essas ruas se fundiram e nossas vidas também.
Tudo começou no final de semana do dia 11 e 12 de setembro do ano passado, quando Janaína me pediu para fazer uma oração por você. Terminado a oração eu tive uma sensação que não me era estranha, mas era pouco comum. Foi à mesma sensação que eu tive no nascimento de minha primeira filha, Gislene, e a mesma sensação quando alguém aqui na Comunidade chama atenção de minha filha Valeria; mesmo ela estando errada. Um desejo de abraçar, de colocar no colo e dizer: “minha filha eu te amo”. Fiquei sem entender o que estava acontecendo, discerni na hora que era uma carência paterna que você tinha, quando a mim eu pensava ser saudade de minhas filhas.
Como eu estava enganado quando eu pensei que era saudade de minhas filhas! Na verdade aquele momento Deus estava fecundando você no meu coração. Por um modo misterioso, mas operante, Deus acabava naquele instante de engravidar meu coração de uma filha que nasceu adulta. Hoje eu tenho consciência que foi pregando a palavra de Deus que minha vida encostou-se a sua vida.
Agradeço muito a Deus por ter conhecido a Lurdinha e assim conhecer minhas duas filhas. Você é um dom de Deus na minha vida, tenho aprendido muito com você. Quero ser de fato um pai presente em sua vida, assim como tenho sido na vida de meus filhos consanguíneos.
Karol, saiba que eu te amo muito, rogo Deus que derrame sobre você o dom do Espírito Santo, iluminando sua caminhada, para que continues sendo para todos as pessoas o rosto de Deus.
Deus te abençoe minha filha!

Caratinga 19/ 06/2011

Vitório Evangelista Chaves.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Eu te amo

Eu te amo princesa do leste
Dos olhos celestes que iguais nunca vi
Ternura mais pura que me seduz
Amor verdadeiro que me banha de luz.

Te amo mineira faceira,
Mulher verdadeira que sabe o que quer
Teu jeito de mulher menina me encanta e fascina
Define minha sina que é sempre te amar

Te amo pele macia,
Banhada nas águas do Estado de Minas
Eu queria ser o sol que beija tua face
E também ser a sombra que teu corpo abraça

Te amo doce e singela flor de aquarela,
Jóia tão bela banhada de amor
Teu nome é rainha, por Deus preparada
E guardada para mim.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MEDO DE AMAR

Não tenhas medo de amar
De entregar o coração
E com ele, toda a força dos teus sonhos,
Das aspirações encobertas
No santuário dos teus pensamentos.