sábado, 24 de março de 2012

Espiritualidade do evangelizador

Algumas coisas tornam-se repetitivas, mas que sempre se faz necessário retomá-la para manter viva a chama de nossa vocação ao carisma da Comunidade Reviver. O que vou falar aqui tenho plena certeza que vocês já ouviram várias vezes, mas é preciso repetir até que vire um automatismo em cada um de nós. É como dirigir, de tanto repetir certos comandos, eles se tornam tão automáticos que os repetimos quase sem perceber, como por exemplo: olhar pelo retrovisor, da seta para direita ou esquerda e tantos outros. O batismo no Espírito Santo é o núcleo da vida cristã e porque não dizer o núcleo de nossa espiritualidade na Comunidade Reviver, pois nosso carisma é cura e libertação pelo poder do Espírito Santo. Não existe vida carismática sem a experiência do batismo no Espírito. Alias essa é a pergunta que Paulo dirige aos discípulos de Éfeso: “recebeste o Espírito Santo quando abraçaste a fé”? Ou seja. É fácil perceber quando um cristão age sem a unção do Espírito Santo. Evangelizar é inerente ao servo batizado no Espírito é o caminho comum de quem se deixa encher do Espírito. O próprio Jesus afirma isso para nós: “Quando vier o paráclito que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que procede do pai, ele dará testemunho de mim”. (JO 15,26). Foi justamente isso que aconteceu com os discípulos, foi a partir da histórica manhã de pentecostes que romperam com o medo e a tibieza e encheram de coragem e entusiasmo. Analisando as diversas experiências do Batismo no Espírito Santo que encontramos ao longo dos atos dos apóstolos, uma coisa é comum em todas: desembocam num anúncio vibrante do nome de Jesus. Após o primeiro pentecostes, encontramos logo em seguida esse testemunho: “... ouvimo-los publicar em nossa própria língua as maravilhas de Deus”. (AT 4,11) Mas sem dúvida a palavra mais esclarecedora é a narrativa de atos 4,31: “todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. Isso acontece porque é o Espírito que gera Jesus em nós, ele que configura em nós o ser de Cristo Jesus. Configurar é da forma de; conformar, então é o Espírito de nos conforma a Cristo. Evangelizar é intrínseco a Jesus, ou seja, está tão no íntimo dele que se torna inseparável, não se desliga Jesus de sua missão evangelizadora. Teoricamente o mesmo deveria acontecer com cada um de nós. Mais adiante vou explicar poque eu disse teoricamente. Porque agora vamos ver quatro itens que fazem parte da espiritualidade do evangelizador. 1º Ter Jesus como modelo de evangelizador. Não podemos falar de evangelização sem voltar nossos olhos para o ícone da evangelização: Jesus de Nazaré. Jesus inaugura um novo estilo de anúncio, ele vivia o que anunciava. Era uma evangelização régia e profética. Jesus não era homem de teoria, ele era prático. Primeiro ele vivia, depois ele explicava com palavras para as pessoas o que ele estava vivendo. Com a mulher pecadora ele não fez discurso sobre pureza e perdão, ele perdoou. A filha de Jairo ele não pregou sobre ressurreição, ele ressuscitou a menina e entregou a sua mãe. Para o filho da viúva ele nem quis saber o motivo da morte, simplesmente olhou para a dor da mãe e lhe deu o filho vivo de novo. O conteúdo da pregação de Jesus era o Reino de Deus, diante desse Reino tudo se torna relativo só ele é absoluto, por esse motivo Jesus tinha uma palavra poderosa, ao ponto dos ouvintes dizia: “Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; alem disso ele manda e até os espíritos imundos obedecem”! (MC 1,27) A palavra de Jesus Cativava o povo, “jamais alguém falou como esse homem.” (JO 7,46) 2º Ter consciência da missão. Eu tinha dito que teoricamente tínhamos que ser como Jesus, inseparável de sua missão, porque isso passa por ter consciência da missão. O evangelizador que não tem consciência de sua missão acaba perdendo no percurso. É preciso ter consciência da missão, porque sem ela não se tem estratégia nem objetivo, nos perdemos nos atalhos do mundo e nas preocupações exageradas. Não há verdadeira consagração se não houver antes consciência da missão. Paulo sofreu muito com evangelizadores descomprometidos com a missão: “Demas me abandonou por amor as coisas do mundo.” (2Tm 4,10) Certamente Paulo contava com Demas para levar avante a obra de evangelização, sem contar que Paulo estava Preso em Roma, e por amor ao mundo Demas deixa a comunidade sem receber o anúncio do evangelho. Por causa do abandono de Demas Paulo teve que remanejar Crescente para a Galacia e Tito para Dalmácia, ficando ele e Lucas com a missão de evangelizar a grande Roma.. 3º unção ministerial. Retomo aqui as sabias palavras do servo de Deus Papa Paulo VI na exortação apostólica evangelização do mundo contemporâneo: “ nunca será possível haver evangelização possível sem a ação do Espírito Santo”, por esse motivo se faz necessário receber dele a unção para o ministério, sem ela vamos chegar certamente ao desânimo e ao fracasso, como é merecedora de créditos e confortantes as palavras de Paulo VI sobre o Espírito Santo, veja o que ele continua dizendo, “Ele é aquele que hoje ainda como nos inícios da igreja, age em cada evangelizador que se deixa conduzir por ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar.”