sexta-feira, 20 de março de 2015

PAPILLON

Há mais ou menos trinta anos atrás, eu assisti a um filme. Mas com minha cabeça de vinte anos de idade não compreendi muito coisa. Hoje por pura graça de Deus, atendendo uma pessoa em oração, ela me contava seu drama, uma situação difícil, que ela não conseguia sair, viva quase num regime de escravidão, não encontrando saída para libertar-se. Eu disse pra ela, você tem que ser protagonista de sua felicidade. O caminho da felicidade consiste em você quebra essa corrente que te prende a escravidão. Ela ponderava: “mas são mais de 15 anos vivendo desse jeito, eu tenho medo das conseqüência que podem acontece se eu tentar sair dessa situação”. Eu disse pra ela: Todo caminho para liberdade é doloroso, costuma deixar cicatrizes, mas é bem melhor carregar as cicatrizes da fuga do que morrer na escravidão. Foi ai que Deus me deu a graça de compreender o filme que eu havia assistido. O filme passa-se nos anos 1930, contando a fascinante história verídica de Henri Charrière, interpretado por Steve McQueen, um homem conhecido por Papillon por ter tatuada no peito uma grande borboleta (que, em francês, é "papillon"). Apesar de reclamar inocência da acusação de assassinato, é condenado à prisão perpétua e enviado para cumprir a sentença, na costa da Guiana Francesa, próximo à Ilha do Diabo. É também avisado de que qualquer tentativa de fuga será punida com dois anos de permanência na solitária, passando há cinco anos se houver reincidência. Todavia, isso não assusta Papillon, que planeja varias tentativa de fuga. Na prisão conhece Louis Dega, interpretação de Dustin Hoffman, um famoso falsário de quem se torna amigo. Dega está preocupado com a sua segurança, uma vez que tem tido sucesso material à custa de outros prisioneiros na sequência das suas falsificações. Assim, estabelece um acordo com Papillon: ajudá-lo nas tentativas de fuga em troca de proteção. Papillon não perde tempo a planejar fugas, muito das quais falham. Em uma delas - que dá origem a uma das melhores seqüências do filme - consegue chegar juntamente com Dega a uma colônia de hansenianos ("leprosos") e depois a uma tribo de índios caribenhos. Quase conseguindo ser bem-sucedida, a fuga termina como conseqüência de uma traição e Papillon é reenviado para a prisão francesa. Como castigo, é enviado para a inexpugnável Ilha do Diabo, prisão de onde nunca ninguém tinha conseguido escapar. Mas ele não desiste de seu sonho de liberdade, na sua ultima tentativa ele conseguiu a liberdade, pulando de um enorme despenhadeiro, se jogando no mar e fugindo em um bote construído com cocos da ilha Muitas vezes nós nos deixamos aprisionar por varias situações de pecado. Quando nossa consciência torna se prisioneiro desse impiedoso algoz, perdemos a motivação de lutar pela nossa liberdade. Um fato que observei no filme é que apesar de muitos prisioneiros, só Papillon lutava para ser livre, mas somente ele, que apesar da acusação de assassinato, tinha certeza de sua inocência. O primeiro passo para a liberdade e sem dúvida uma consciência pura. Dega, companheiro de Papillon o ajuda em tudo no caminho de fuga, mas na hora de pular para a liberdade ele recua, tem medo, mas muito mais que medo ele carregava o peso de seus erros, achava que a cadeia era justa, porque tinha cometido muitos crimes. A verdade é que Dega acostumou a viver entre os porcos que ele criava na prisão. Uma consciência pura passa pelo reconhecimento de nosso ser pecador: “Se reconheceres os vossos pecados, Deus ai está, fiel e justo para nos perdoar” (1Jo 1,9) Além do pecado, nós nos tornamos prisioneiros dos diversos traumas, somos aprisionados por lembranças dolorosas que estão registradas em nosso inconsciente e essas lembranças de dor, acaba sendo responsáveis por nossos comportamentos inadequados. Além disso, elas nos levam também a apoiarmos em organismos de compensação extremamente frágeis, incapazes de motivar nossa vida, que pelo contrário leva ao abortamento de nossos sonhos. Passar pela vida sem querer se libertar desses traumas é como correr uma maratona com uma pedra dentro do tênis. Perder a vontade de lutar contra esses traumas, contra as situações que nos aprisionam é aceitar com passividade a prisão perpetua e não ter consciência que foi para a liberdade que Jesus nos libertou. Hoje muitos de nós, nos encontramos na mesma situação de Papillon, somos prisioneira da ilha dos horrores, diante dos nossos olhos avistamos o mar que representa nossa oportunidade de libertação. Entre nós e o mar existe um despenhadeiro que precisar ser vencido. Ou pulamos para liberdade, ou seremos eternamente prisioneiro dessa ilha e viveremos assustados por nossos fantasmas. O mais engraçado foi que hoje revemos a cena final do filme, eu observei um fato que eu não pude ver no passado. Foi um erro de gravação, porque mostra um mergulhador debaixo do bote empurrando-o. Até isso foi providencial, pois nosso barco e frágil, mas Deus está em baixo empurrando-nos para a liberdade.

quinta-feira, 19 de março de 2015

VIVENDO E APRENDENDO

Hoje eu fui a Ravena, bairro do município de Sabará, cidade da grande BH. Nesse local a Comunidade Católica Reviver tem um sítio, onde pretendemos iniciar em breve a construção de uma casa de formação. Antes mesmo de iniciar a obra, eu tive uma bela aula de formação hoje. Eu estava colhendo acerola, os pés de acerola estavam lindos, o verde das folhas e o vermelho das frutas maduras davam um contraste maravilhoso de se ver. Em um pé de acerola eu tive uma grande dificuldade, pois debaixo do galho que estava mais carregado de frutos graúdos e maduros tinha plantada uma moita de hortelã, essa por sua vez exalava um aroma agradável. Como se diz na gíria eu fiquei em uma sinuca de bico, pois para eu colher as acerolas do galho eu tinha que sacrificar a moita de hortelã, tinha que pisar em cima da folhagem, se eu quisesse proteger a hortelã eu iria perder as acerolas. Foi então que tive uma idéia: vou tirar as sandálias e pisar descalço sobre as folhas, assim eu as prejudico menos, assim resolvi proceder. Quando eu estava pisado sobre a moita, percebi que o aroma se evidenciou mais ainda, olhei para baixo e vi que algumas folhas já estavam esmagadas sobre meus pés. Quando acabei a colheita, fui para meu carro, tirei novamente a sandália, pois tenho o hábito de dirigir descalço, liguei o carro e peguei o caminho para casa. A poucos metros já comecei a sentir o aroma de hortelã dentro do carro, que aroma gostoso! Eu fechei as janelas do carro porque eu não queria que aquela fragrância desaparecesse com o vento da estrada. Pra falar à verdade o que eu queria era estacionar o carro numa sombra e dormir embalado por aquele perfume relaxante. Foi ai que me pus a pensar: esse cheiro gostoso e relaxante custou à vida de muitas folhas de hortelã que foram esmagadas pelos meus pés. Feri a hortelã e ela ainda perfuma meu ambiente. Viajei 30 quilômetros, ainda cheguei ao meu destino com perfume nos pés. A grande lição foi quando olhei para o meu coração, para minha história, para os acontecimentos que deixaram ferida no meu coração e percebi o quanto eu ainda precisava liberar o perdão, mas o perdão tinha que ser diferente, tinha que ser o “perdão com aroma de hortelã”. Aprendi um belo conceito sobre o perdão: O perdão nada mais é do que a hortelã que derrama sua fragrância sobre os pés que a esmaga. E você, já perfumou os pés de quem te feriu hoje? Perdoar e nobre, por isso é um dom do céu! Vitório Evangelista Chaves.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Papillon (Dublado)

Há mais
ou menos trinta anos atrás, eu assisti a um filme. Mas com minha cabeça de vinte
anos de idade não compreendi muito coisa. Hoje por pura graça de Deus,
atendendo uma pessoa em oração, ela me contava seu drama, uma situação difícil,
que ela não conseguia sair, viva quase num regime de escravidão, não
encontrando saída para libertar-se.




Eu
disse pra ela, você tem que ser protagonista de sua felicidade. O caminho da
felicidade consiste em você quebra essa corrente que te prende a escravidão.
Ela ponderava: “mas são mais de 15 anos vivendo desse jeito, eu tenho medo das
consequência que podem acontece se eu tentar sair dessa situação”. Eu disse pra
ela: Todo caminho para liberdade é doloroso, costuma deixar cicatrizes, mas é
bem melhor carregar as cicatrizes da fuga do que morrer na escravidão. Foi ai
que Deus me deu a graça de compreender o filme que eu havia assistido.
O filme passa-se nos anos 1930, contando a fascinante história verídica de Henri Charrière, interpretado por Steve McQueen, um homem conhecido por Papillon por ter tatuada no peito uma grande borboleta (que, em francês, é "papillon"). Apesar de reclamar
inocência da acusação de assassinato, é condenado à 
prisão perpétua e enviado para cumprir a sentença, na costa da Guiana Francesa, próximo à Ilha do Diabo.
 É também avisado de que qualquer tentativa de
fuga será punida com dois anos de permanência na solitária, passando há cinco
anos se houver reincidência. Todavia, isso não assusta Papillon, que planeja varias
tentativa de fuga.
Na
prisão conhece 
Louis Dega, interpretação de Dustin Hoffman, um famoso falsário de quem se torna amigo.
Dega está preocupado com a sua segurança, uma vez que tem tido sucesso material
à custa de outros prisioneiros na sequência das suas falsificações. Assim,
estabelece um acordo com Papillon: ajudá-lo nas tentativas de fuga em troca de
proteção. Papillon não perde tempo a planejar fugas, muito das quais falham.
Em uma
delas - que dá origem a uma das melhores seqüências do filme - consegue chegar
juntamente com Dega a uma 
colônia de hansenianos ("leprosos") e depois a uma tribo de índios
caribenhos. Quase conseguindo ser bem-sucedida, a fuga termina como
conseqüência de uma 
traição e Papillon é
reenviado para a prisão francesa. Como castigo, é enviado para a inexpugnável 
Ilha do Diabo, prisão de onde nunca ninguém tinha conseguido
escapar.
 Mas ele não desiste de seu sonho de liberdade,
na sua ultima tentativa ele conseguiu a liberdade, pulando de um enorme
despenhadeiro, se jogando no mar e fugindo em um bote construído com cocos da
ilha
Muitas
vezes nós nos deixamos aprisionar por varias situações de pecado, nos tornamos
prisioneiros dos diversos traumas, somos aprisionados por nossas carências. O
pior é quando perdemos a vontade de lutar contra as situações que nos
aprisionam, aceitamos a prisão perpetua com passividade, não tomamos consciência
que foi para a liberdade que Jesus nos libertou.
Hoje
muitos de nós, nos encontramos na mesma situação de Papillon, somos prisioneira
da ilha dos horrores, diante dos nossos olhos avistamos o mar que representa
nossa oportunidade de libertação. Entre nós e o mar existe um despenhadeiro que
precisar ser vencido. Ou pulamos para liberdade, ou seremos eternamente
prisioneiro dessa ilha e viveremos assustados por nossos fantasmas.
O mais
engraçado foi que hoje revemos a cena final do filme, eu observei um fato que
eu não pude ver no passado. Foi um erro de gravação, porque mostra um
mergulhador debaixo do bote empurrando-o. Até isso foi providencial, pois nosso
barco e frágil, mas Deus está em baixo empurrando-nos para a liberdade.